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A sangria que não foi estancada, agora será?

2017-05-29 01:30:00

Guálter George,
editor-executivo de Conjuntura


O presidente Michel Temer e seu governo decidiram manter o fogo alto da crise política, mesmo nos dias em que a dinâmica normal dos fatos parecia caminhar para lhe oferecer uma folga. Ontem, por exemplo, nada surgira no noticiário para oxigenar o quadro de pressão permanente sobre o Palácio do Planalto, até que de lá mesmo veio a bomba do domingo: Osmar Serraglio estava fora do Ministério da Justiça, anunciando-se para seu lugar Torquato Jardim, até então titular da Transparência. Depois de um disse-me-disse alimentado pela flagrante descoordenação governista, foi confirmado que haverá apenas troca de cadeiras, ou seja, que Serraglio passa a comandar a pasta de Jardim. Não há um porquê oficial para a mudança, restando especular. O grupo do PMDB assumiu o poder, no pós impeachment, prometendo condições de “estancar a sangria” representada pela Lava Jato, o que passava por um novo controle sobre a Polícia Federal. Até hoje não conseguiu, objetivamente, dar um passo efetivo nesse sentido. Torquato Jardim, portanto, já tem sua primeira missão no novo cargo e precisará de muita ousadia para executá-la, em meio a uma crise ainda mais agravada com a inclusão recente do próprio presidente da República como personagem central.

Adriano Nogueira

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