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Não é trégua, é consciência política

2017-04-20 01:30:00

Guálter George, editor-executivo de Conjuntura


Há crises que exigem uma capacidade de compreensão superior, muitas vezes, àquela que os homens públicos no Brasil parecem capazes de apresentar. Eis uma delas. A população foi entregue ao medo no dia de ontem, vítima de uma bem orquestrada ação de grupos criminosos que deixaram milhares de pessoas sem transporte coletivo, atacaram veículos de alguma forma vinculados a serviços de interesse público e procuraram explorar o pânico instalado para pressionar as autoridades. O mínimo que se espera da nossa classe política, por exemplo, é que ela saiba encontrar o ponto de consenso para lançar de lado eventuais diferenças relacionadas à briga pelo poder e unir forças em nome do que realmente interessa. Neste caso, a defesa de uma sociedade que clama por proteção. Ser governo ou oposição interessa pouco. Na verdade, não deveria representar nada, diante do desafio que a situação impõe ao Estado de mostrar-se mais forte do que um movimento baseado no crime e em grupos organizados a partir da marginalidade. É importante que a vida da cidade retome a normalidade nesta quinta-feira, algo que exige uma resposta eficiente e inteligente, mas também determina às forças oposicionistas uma compreensão exata do papel que lhes cabe, evitando colocar ainda mais lenha numa fogueira que já arde o suficiente.

Adriano Nogueira

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