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Propina era decidida "caso a caso", diz executivo da Odebrecht

2017-03-14 01:30:00

O executivo Márcio Faria, um dos delatores da Odebrecht na Operação Lava Jato, afirmou, em audiência ontem, perante o juiz federal Sérgio Moro que o pagamento de propina era decidido “caso a caso”. Márcio Faria prestou depoimento como testemunha de defesa do empreiteiro Marcelo Odebrecht.


Segundo o delator, a solicitação de propina em contratos entre a empreiteira e a Petrobras surgia “basicamente, na fase de licitação ou após a assinatura de contrato”. “Cada contrato tinha sua história”, resumiu.


Os depoimentos de Emílio Odebrecht e do ex-executivo do grupo, Márcio Faria, que fizeram delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), foram colocados sob sigilo, por Moro, a pedido da defesa. A reportagem teve acesso aos vídeos.


Márcio Faria afirmou que na diretoria de Serviços da Petrobras “quem cuidava disso era seu Pedro Barusco”, ex-gerente da estatal. O delator disse que, “normalmente”, Barusco levava “o assunto” a outro empreiteiro da Odebrecht Rogério Araújo.


“Isso era repassado para o pessoal de Operações Estruturadas (o ‘Departamento de Propina’ da empreiteira) que providenciava o pagamento seja em efetivo no Brasil ou no exterior em contas informadas”.


Faria declarou que o Setor de Operações Estruturadas era “liderado pelo senhor Hilberto Silva, que tinha seus assessores Fernando Migliaccio e Luiz Soares”.


O Ministério Público Federal (MPF) quis saber do delator como eram direcionados os pagamentos. “Eu não tinha a relação direta com o pessoal Operações Estruturadas. Normalmente eu pedia a César Rocha, que trabalhava comigo, para providenciar”, contou. “A partir do momento em que eu informava, que eu dava o ‘de acordo’, eu saía do processo”. (Agência Estado)

 

Adriano Nogueira

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