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PMDB ensaia recuo na indicação de Tasso, dizem senadores

2017-03-02 01:30:00
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Encaminhadas a pedido do presidente do Senado Federal, o cearense Eunício Oliveira (PMDB), as presidências das comissões temáticas sofrem atraso na instalação e deixam trabalhos “parados”.


Oposição vê indícios de “recuo” de peemedebistas na negociação de presidências especialmente com o PSDB, a quem teriam receio de dar espaço. O senador Tasso Jereissati, que já deveria ter assumido, por acordo, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), uma das mais importantes do Congresso, ainda aguarda definição.

[SAIBAMAIS]

Eleito em 1º de fevereiro como presidente do Senado, Eunício acordou com PSDB cargo da vice-presidência para Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), garantindo indicação de Tasso Jereissati para o comando da CAE.


Previstas para serem compostas com rapidez até a terceira semana de fevereiro, as comissões ainda aguardam resolução de “brigas entre partidos”, segundo o senador Humberto Costa (PT-PE). Por enquanto, apenas a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mais importante do Senado, foi instalada, isso “porque queriam aprovar logo a nomeação de Alexandre de Moraes” como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).


O senador petista diz acreditar que, depois do Carnaval, as comissões devem ser instaladas, mas reconhece que o PMDB ensaia “dar para trás” em acordos com o PSDB. “Não estão querendo dar muito mais espaço para o PSDB, não. Até porque, de vez em quando, os tucanos afirmam que vão tirar o pé do governo e tentar ocupar os espaços”, diz.


O PSDB tem a segunda maior bancada da Casa, atrás apenas do partido do governo, o PMDB.


De acordo com o senador José Agripino (DEM-RN), líder do bloco social-democrata, formado por DEM-PSDB-PV, a demora na definição das comissões “não é por conta do PSDB”, apesar de presidências como a de Tasso já terem sido definidas em acordo prévio.


“O problema está na ponta da linha. O PMDB ainda não definiu sua última escolha, o que impede que outras sejam feitas. Enquanto isso, nada funciona”, explica o parlamentar.


Segundo Agripino, falta ainda o “PMDB se entender com o PP”. Acordos devem ser feitos na próxima semana e a composição das comissões, anunciada.


Para ele, entretanto, a demora “não tem nada a ver” com receio de dar espaço ao PSDB. Apesar do atraso na instalação da Comissão de Assuntos Econômicos, que já deveria ter Tasso indicado como presidente, Agripino fala que “está tudo certo para ser” o cearense a conseguir o cargo.

 

Saiba mais


Tasso Jereissati

A assessoria de imprensa do senador Tasso Jereissati reafirmou que “desde o começou”, o cargo do cearense na presidência da Comissão de Assuntos Econômicos havia sido garantido por “acordo”, pela “cota de proporcionalidade” dos partidos”, e manifesta em “declarações do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)”. Salienta ainda que “nada foi oficializado, a não ser a CCJ”, e que o presidente Eunício Oliveira “reforçou aos líderes e partidos que indicassem integrantes”. 

 

Comissões em 2015

Com a reeleição de Renan Calheiros (PMDB) para a presidência em 2015, o PSDB teve presidências de três comissões, mesmo número do PMDB. Todas as comissões foram definidas no dia 3 de março daquele ano.

 

Daniel Duarte

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