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Apoiadores pedem que Lula antecipe campanha

2017-03-03 01:30:00
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Cerca de 400 artistas, professores universitários, advogados e outros segmentos da sociedade civil publicaram manifesto pedindo que Lula lance sua candidatura à Presidência da República. O petista é réu em cinco processos na Lava Jato.


A antecipação da disputa de 2018, de acordo com cearenses que assinaram o documento, seria uma forma de fazer frente à “perseguição” que o ex-presidente estaria sofrendo, além de representar uma renovação do PT e um “resgate” à democracia.


O manifesto foi lançado na última quarta-feira, 1°, e será disponibilizado em plataforma online na próxima segunda, 6, para que qualquer pessoa possa assinar. Intitulado “Carta dos brasileiros”, o documento defende que a candidatura imediata é um “compromisso com o Estado Democrático de Direito e com a defesa da soberania brasileira e de todos os direitos já conquistados”.

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Assinaram o manifesto 424 pessoas, entre elas o músico Chico Buarque, o teólogo Leonardo Boff e o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão. Desses, 13 são cearenses, entre professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Estadual (Uece), advogados e servidores públicos.


Cynara Monteiro, professora da Faculdade de Direito da UFC, é uma das signatárias. Ela afirma que um dos propósitos do documento é o de “dar apoio a Lula com relação a toda a perseguição que ele vem sofrendo, tanto do ponto de vista judicial quanto do midiático”.


Além do apoio, ela destaca caráter de “protesto” do documento e afirma que uma candidatura do ex-presidente seria uma forma de “renovar as forças de esquerda e de influenciar uma reforma do PT”. A professora também ressalta “necessidade” de fazer frente a nomes considerados de “direita radical”, como o do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-SP), que vem se consolidando
para o pleito de 2018.


Contraponto

Ex-vereador petista, o advogado Deodato Ramalho foi outro cearense que assinou o manifesto. Ele reforça a candidatura do ex-presidente como forma de “fazer um contraponto” ao certo que a Lava Jato estaria fazendo.

 

A possibilidade de o ex-presidente tornar-se inelegível dependeria do juiz federal Sergio Moro, responsável pela operação. Segundo Deodato, o juiz teria “se dado a obrigação de condenar o Lula”. Por isso, o manifesto também seria uma forma de “denúncia da indignação de um segmento contra a atuação desproporcional de Moro”.


Sobre a candidatura antecipada, o presidente do PT no Ceará, Francisco de Assis Diniz, acredita que ela não deve desgastar o nome de Lula, “pelo contrário”.


“O desgaste ele já está sofrendo pela atuação da imprensa e pelas investigações”, avalia.


Saiba mais


“Por que Lula?”

O manifesto defende que a volta do petista à Presidência da República iria “incluir muita gente e ‘reincluir’ aqueles que foram banidos outra vez”. Além disso, o ex-presidente seria necessário “porque é fundamental para o futuro do Brasil assegurar a soberania sobre o pré-sal, suas terras, sua água, suas riquezas” e porque “o País deve voltar a ter um papel ativo no cenário internacional”.

Desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT) no ano passado, Lula vem afirmando em discursos que pode voltar a se candidatar ao cargo. O nome, apesar de ser dado como certo pela maioria dos petistas, ainda não foi oficialmente lançado como pré-candidato. O PDT, que é aliado do PT tanto nacional quanto no Estado, já lançou o ex-ministro Ciro Gomes como pré-candidato à presidência.

 

Letícia Alves

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