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Talento e Militância
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Em 70 anos de vida e 35 de carreira, Glenn Close se fixou como uma das estrelas mais premiadas e respeitadas pelas posturas políticas e sociais de todos os Estados Unidos
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Em uma Hollywood dominada por protagonistas homens, há um dizer comum sobre a escassez de papéis marcantes para mulheres maduras. Você não consegue trabalho se seu sobrenome não for Streep, em referência a Meryl Streep, atriz indicada ao Oscar 20 vezes e dona de três estatuetas. Ou seja, se você não é brilhante, você corre o risco de ser apagada da história. A regra, porém, tem brilhantes exceções. Com 70 anos celebrados no último dia 19, Glenn Close acumula mais de 40 créditos por filmes de cinema, apesar de ter começado a carreira tardiamente aos 35 anos. Com uma das trajetórias mais diversificadas do cinema mundial, a atriz norte-americana pode ser reconhecida por mulheres fortes como Alex Forrest, a possessiva amante de Michael Douglas em “Atração Fatal” (1987) ou mesmo a malvada Cruella De Vil de “101 Dálmatas” (1996). A vastidão de papéis rendeu a Glenn Close seis indicações ao Oscar, sendo a atriz viva com mais nomeações às estatuetas da Academia sem nenhuma vitória.
 

A primeira chance, inclusive, veio logo no filme de estreia no cinema: “O Mundo Segundo Garp” (1982). O segundo longa da carreira, “O Reencontro” (1983), renderia a segunda nomeação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante. A terceira indicação não tardou: “Um Homem Fora de Série” (1984), quarto filme com Glenn Close. De lá para cá, vieram mais três nomeações, todas como atriz principal. O já citado “Atração Fatal” (1987), o icônico “Ligações Perigosas” (1988) e, mais de 20 anos depois, por “Albert Nobbs” (2011).
Para além dos percalços, estatuetas não são raras na estante dessa norte-americana cheia de estilo e maçãs de rosto bem delineadas. Do Globo de Ouro vieram duas, em um total de 12 indicações. Já o Emmy, principal honra da televisão, lhe dedicou três prêmios: dois como protagonista da série “Damages” (2008 e 2009) e outro pelo filme para a TV “Servindo em Silêncio” (1995). Atuando por sua paixão mais antiga, Glenn Close já acumulou três Tonys, o “Oscar do Teatro”, sendo o mais recente em 1995, pelo musical “Sunset Boulevard”, adaptação do clássico “Crepúsculo dos Deuses” (1950), de Billy Wilder. Miss Close tem ainda três indicações ao Grammy.
 

ATIVISMO
Democrata de carteirinha, sendo doadora das campanhas de Hillary Clinton e Barack Obama, Glenn Close é uma das atrizes mais afeitas a caridade em Hollywood. Como poucas, ela assume as linhas de frente de batalhas progressistas como o casamento gay e os direitos das mulheres – algo natural para alguém que surgiu no cinema interpretando uma mãe e autora feminista. Sua defesa mais passional, no entanto, é pela discussão sobre saúde mental.
Glenn Close já foi porta-voz contra a discriminação de doenças mentais e chegou a ter o DNA sequenciado para ajudar no histórico das enfermidades. No ano passado, a atriz falou abertamente sobre a luta que enfrentou contra a depressão. “Eu senti uma inércia que tomava conta de mim. Você pensa em fazer algo, mas parece tudo difícil demais”, disse, à época, acrescentando que a condição foi tratada com fortes medicamentos. Uma forma de mostrar que depressão não é sinal de fragilidade e que não há vergonha em pedir ajuda. Ativista, talentosa, engajada e poderosa, Glenn Close guarda ainda um dos hábitos de vaidade mais curiosos entre as grandes atrizes. Em seus contratos de trabalho, a norte-americana faz questão de sempre incluir uma mesma cláusula, segundo a qual ela tem o direito de ficar com os vestidos usados por sua personagem em cada longa. A coleção tem aumentado e, pelo bem do cinema, deve crescer ainda mais. 

 

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