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"Vou para a última eleição em 2018"
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"Vou para a última eleição em 2018"

Já indicado pré-candidato do PDT à presidência da república no ano que vem, Ciro Gomes anuncia: será sua última participação eleitoral. Para ele, o país não está hoje sob uma democracia efetiva
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O falante Ciro Ferreira Gomes andava calado. Um silêncio que era quebrado pela imprensa política, local ou nacional, apenas em declarações isoladas e rápidas durante eventos dos quais participava. Era momento de renovar pedido antigo de entrevista para as Páginas Azuis, até então objeto de pouca atenção do ex-prefeito, ex-governador, ex-ministro e ex-parlamentar. Desta feita, a resposta foi “sim”, restando apenas encontrar o momento em que a conversa seria possível, considerando sua agenda atribulada e o fato de ele dividir-se hoje entre seus endereços de Fortaleza e São Paulo. Tudo acertado para o dia 24 de março, uma sexta-feira.

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O tal silêncio até virou barulho, porque Ciro, depois que recebeu O POVO naquela tarde agradavelmente chuvosa, desandou a falar e agitar a política. Aqui, Ciro se apresenta no melhor estilo Ciro. Bem articulado, agressivo, seguro nas respostas e pronto a encarar cada assunto, mesmo aqueles eventualmente incômodos. Ele fala sobre o momento nacional, Lava Jato, Lula, Eunício, Tasso, financiamento de campanha, a nova geração de políticos cearenses e, afinal, anuncia que se despede em 2018 do processo eleitoral. Gostaria de fazê-lo, claro, eleito presidente da República. Confira.

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O POVO - O Brasil vive um dos momentos mais dramáticos de sua história. O que nos trouxe à situação que enfrentamos hoje?


CIRO GOMES - Basicamente, como fator ancestral, há um problema estrutural que se disfarça ciclicamente por momentos de consumismo populista. Lá atrás, no Plano Real, você cessa um imposto inflacionário pesado e a população vai ao consumo e começa a acreditar que aquele é um padrão de evolução, na qualidade de vida etc. O País tem problemas estruturais e podemos especular sobre eles. Há uma quebra, vem o período do Lula e há a explosão de preços dos commodities lá no estrangeiro, criando um outro momento artificial insustentável, ciclo que se encerra no terceiro ou quarto ano do governo Dilma (Rousseff). E a Dilma, ao invés de entender o que acontecia, de pedagogizar a inteligência popular, prefere aderir à marquetagem e vai à população simular que estava tudo bem. Infelizmente, a amargura da realidade impôs a ela um tarifaço, uma desvalorização cambial que subtrai quase 42% da renda do povo brasileiro, da noite para o dia, e isso vira uma miragem de inflação em vários preços, desconstituindo a base social, já precarizada, muito aceleradamente. Este é o pano de fundo no qual três grandes interesses, cada qual mais poderoso, se associam, não necessariamente conversando entre si: primeiro, o sindicato dos políticos, de A a Z, querendo o fim da Lava Jato e que permanece atuando pesadamente; o baronato brasileiro querendo tomar conta do orçamento, na medida em que como consequência prática nas finanças públicas do que retratei, do fim do ciclo das commodities, explode o déficit fiscal brasileiro e a proporção dívida-PIB sinaliza para um itinerante de iliquidez para o futuro, então, como aconteceu em todas as ocasiões, sempre, a plutocracia quer o controle deste orçamento para gerar excedentes, seja do jeito que for, para fazer face a este galope da dívida versus PIB; e, terceiro, um conjunto muito clandestino, mas, flagrante, de interesses internacionais. O mais imediato deles, petróleo, revogar a lei de partilha, privatizar, esquartejando, a Petrobras, e, no limite máximo, a trazida de volta do Brasil à sua condição histórica, centenária, de Protetorado do Império, contemporaneamente do Império Americano. Tudo isso, encerrando a ideia de um alinhamento diferente, em torno dos Brics.


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OP - Nesse contexto, temos um governo que assume sob questionamento em relação à sua legalidade e que tenta impor uma agenda de reformas profundas.

Com o cenário que temos o senhor acha que o presidente Michel Temer conseguirá levar adiante seus planos reformistas?


[SAIBAMAIS]CIRO - Não, não creio. A parte do estrangeiro, porque são interesses difusos, menos claros, menos lesivos instantaneamente aos interesses dos grupos sociais brasileiros, eles estão entregando. Rápida e aceleradamente. Já desmontaram completamente as estratégias que estávamos fazendo de regime de preferência, a construção de um banco rebelde a Bretton Woods, o Brics, até fundado em Fortaleza, detonaram o Mercosul, detonaram a relação com a Unasul, alinharam o Brasil já de forma vergonhosa, encerrando a lei de partilha, enfim, esta parte eles estão entregando. Na parte fiscal, a mentira vai se aclarar cada vez mais, a emenda 55 passou muito em razão do fato de não ter sido entendida na sua instantaneidade lesiva, será entendida na sua prática em quatro, cinco anos, crescentemente, e nós teremos um impasse institucional para resolver. Essa parte concreta, que mexe com os interesses informados, organizados, das corporações dos trabalhadores do serviço público, por exemplo, reforma da Previdência, ele não entrega de jeito nenhum. Assim como não entregará, pela dinâmica própria dela, o controle da Lava Jato.


OP - Dentre desse contexto, o senhor vê risco à institucionalidade. A democracia está ameaçada?


CIRO - Nós não estamos sob uma democracia, estamos sob um golpe de Estado.

Qualquer bacharel em Direito minimamente informado há de saber, e isso é opinião pacificada internacionalmente, que o Brasil viveu um golpe de Estado ao modo moderno. Percebeu-se, e a Primavera Árabe foi um exemplo antecedente do que nós vivemos aqui, a excitação das massas contra os governantes que não conseguem dar cabo ou sequer explicar as crises econômicas, que o próprio neoliberalismo produz, como em 2008, contando ainda com a histórica omissão do Judiciário. A Dilma foi derrubada sem ter cometido nenhum Crime de Responsabilidade, única circunstância em que no presidencialismo se pode interromper um mandato legítimo. Evidentemente que protocolos, formalismos, as aparências estão procurando guardar, mas, na verdade, o presidente da República hoje é um usurpador.


OP - Sobre a operação Lava Jato, citada rapidamente pelo senhor antes, qual a sua avaliação?


CIRO - Ainda acho uma coisa muito boa para o País. E pode ser uma coisa histórica se essa garotada, os jovens Procuradores e o próprio juiz (Sérgio Moro), entenderem a transcendência histórica do fazer jurídico deles. Abrindo mão, o que está ficando cada vez mais difícil, do estrelismo, do exibicionismo, acabando com essa promiscuidade com a imprensa, do off, a convivência igualmente promíscua com indigitados, ou suspeitos ou acusados de participarem dessa imensa coligação de ladrões que tomou conta do Brasil. Então, pode ser uma coisa histórica porque o povo brasileiro tem uma sensação muito desagradável de que cadeia entre nós é apenas para ladrão de galinha. E, pela primeira vez, de uma forma mais orgânica, temos a sensação de que talvez isso possa encerrar.

Porém, o que eles estão fazendo, do jeito que estão fazendo, é plantar todas as nulidades para amanhã vir uma outra operação Satiagraha. Você lembra?


OP - No meio de todo esse processo atual, da Lava Jato, tem-se um personagem grande para a história do Brasil que é o ex-presidente Lula. Acusado de cometer uma série de irregularidades e às portas de uma condenação. O senhor acredita na inocência dele?


CIRO - Os cinco processos que correm contra o Lula, digo isso com o olhar de advogado, não há nenhuma evidência de dolo, culpa ou qualquer coisa que justifique uma condenação dele. Eu tenho uma crítica importante ao Lula, porque quem vulnerou o Brasil a este golpe e ao assalto dessa quadrilha que tomou conta do País foi ele, foi o Lula! O Lula, brincando de Deus, colocou o ‘seu’ Michel Temer de vice da Dilma; o Lula, brincando de Deus, entregou Furnas ao senhor Eduardo Cunha e deu a ele o dinheiro sujo, podre, com o qual comprou deputados já no processo eleitoral para virar o plenipotenciário presidente da Câmara...

 

OP - A Lava Jato, dentro das coisas que tem revelado de maneira muito clara, expõe uma promiscuidade entre políticos e financiadores de campanhas. O senhor tem mais de 30 anos de vida pública...


CIRO - Trinta e sete.


OP - Já foi objeto de alguma abordagem? Com tanto tempo na política, seria inevitável.


CIRO - É preciso ter clareza de que a relação de dinheiro com política, ao contrário do que pensa uma moral superficial, católica, não é necessariamente suja. O poder econômico é um dado intrínseco, irremovível, da realidade e é muito falso aquele, ou aquela, na política que imagine poder participar do processo infenso a uma relação com o poder econômico. A questão básica é: como se faz para resolver isso? Cumprindo a lei. Você pergunta se já fui abordado. Com muito cuidado, porque a formiga sabe o pau que rói, eu tenho uma fama que às vezes me custa um certo preço, de ser um cara duro etc, mas, de certa forma, ela também me protege. Muita gente lembra, no primeiro ano como governador não fui para residência oficial, porque morava numa casa alugada, achava que seria uma mudança drástica para meus filhos pequenos, piscina, mordomo, enfim, achei que não era bom. Continuei morando ali na Osvaldo Cruz, feliz da vida, quando um belo dia, 6 de novembro de 1991, acordo com uma algazarra dos meus filhos, saio e dou de olho com um reluzente jet ski, em cima de um reboque, acompanhado do cartão de um grande empresário da construção civil, não cearense, de fora, dando-me os parabéns e um pequeno presente. Na hora, não vacilei, assinei um cartão de agradecimento dizendo que não poderia receber. Nunca contei isso porque não acredito que a intenção fosse me subornar com um Jet Ski, mas se você começa a gostar o poder é cercado dessas coisas, você está aqui na minha casa... Enfim, cultivo um certo conforto sem gostar dos luxos. O que me protege de certos assédios.


OP - O candidato tem como controlar isso? O senhor pode garantir que suas campanhas nunca tiveram caixa 2?


CIRO - Ah, eu posso, eu posso. Até porque, nas minhas campanhas surgiram problemas. Lá em São Paulo, pra você ver como a vida é dura, certo dia um cara encheu o saco porque queria falar comigo, até que um mediador qualquer conseguiu fazer com que ele chegasse perto de mim. Estava num hotel, numa reunião, e ele chegou e disse, assim mesmo: ‘olha, São Paulo tem uma cultura política diferente, não necessariamente pra pior ou pra melhor, mas é muito diferente’. O cara nem sequer dourou a pílula e disse que uma candidatura como a minha tinha potencial para arrecadar 100 milhões de reais. Afirmou que se eu lhe desse uma credencial e 3 por cento do que fosse arrecadado, ou seja, estava oferecendo desse jeito, abertamente, uma corretagem de financiamento de campanha. Eu disse, então: ‘meu irmão, só não vou chamar a polícia aqui para lhe prender porque você não me conhece ainda. Ponha-se daqui pra fora!’ Agora, alguém pedir dinheiro em meu nome, botar no bolso etc não tem quem evite.


OP - Na questão do relacionamento com financiadores com candidatos, o senhor não acha que lhe expôs de alguma forma o fato de ter assumido cargo na Transnordestina, obra ligada a uma empresa cujo proprietário foi doador de suas campanhas?


CIRO - Claro que não, claro que não. Era obra de uma empresa privada.


OP - Tocada por um empresário que foi doador de sua campanha.


CIRO - Sim, mas eu não fiz a concessão, não fiz absolutamente nada e tinha saído do governo há quantos anos?! Fui ministro (da Integração Nacional) pelo último ano em 2006, fui trabalhar lá em 2016, quer dizer, dez anos depois. Além do mais, nunca fiz nada pela Transnordestina como governante. Agora, pelo gosto de certas pessoas eu não trabalhava e eu preciso trabalhar.


OP - O seu discurso é crítico com o PMDB, duro com o senador Eunício Oliveira, mas ele já foi um aliado em disputas aqui no Ceará. Quem mudou, ele ou o senhor?


CIRO - Veja a prestação de contas dele à justiça eleitoral quando foi candidato a Senador com apoio do Cid (Ferreira Gomes), contra minha opinião, veja as declarações de bens dele na época e a mesma declaração quatro anos depois, em 2014. Saiu de R$ 8 milhões para R$ 99 milhões, 100 por cento com contrato sem licitação com a Petrobras. Quem foi que mudou?


OP - O senhor marcou posição contra aliança com ele à época em que aconteceu? Foi vencido?


CIRO - Nem vencido, é que tenho clareza de que preciso ceder a vez a uma nova geração. É uma coisa de que tenho orgulho essa consciência de que preciso sair, preciso preparar, qualificar, apresentar ao povo uma turma nova, essa que hoje está governando o Ceará. Tenho muito orgulho em ver o Roberto Cláudio, uma pessoa que ajudei a capacitar e revelar uma extraordinária vocação, Camilo Santana, Cid Gomes. Estou cumprindo meu papel, não tenho qualquer vontade de ficar marcando lugar. Aliás, vou pra minha última eleição agora.


OP - É a última?


CIRO - É a última.


OP - Outro senador cearense do qual o senhor foi aliado e hoje está em lado político contrário é Tasso Jereissati, do PSDB. A ele, cabe qual crítica?


CIRO - Esse é um grande cearense, um grande brasileiro. Uma pessoa que vou querer bem, respeitar, pelo resto da vida. É muito vulnerável a intrigas, mas não mudarei a minha opinião sobre ele. Um grande brasileiro, um cearense a quem devemos uma ruptura histórica e terei, para sempre, o privilégio de ter, unilateralmente que seja, uma admiração por ele, um respeito, que são imorredouros.


OP - Seus críticos tentam defini-lo, a partir de vários episódios nos quais o senhor se envolveu na política, como alguém arrogante, prepotente, até destemperado. Como o senhor responde a eles?


CIRO - Quero ser julgado pela minha prática. Sou uma pessoa indignada com a situação do País, não quero me acomodar. Acredito que em alguns momentos fiquei praticamente sozinho no debate nacional falando o que precisava ser mudado. Agora estão entendendo por quê! Quando se chama um Eduardo Cunha de ladrão, qualquer pessoa pode dizer que você é um destemperado. ‘Olha como ele se dirige a um colega dele etc etc’ Agora, eu padeço da lucidez, conheço as coisas, não tenho rabo de palha.


OP - Quem deixou marca mais forte de gestor como governador, Ciro ou Cid Gomes?


CIRO - O Cid, sem dúvida, ele é um homem muito além do seu tempo. Aqui no Ceará, não no meio do povo mas em relação a uma certa elite, há um pacto de mediocridade segundo o gosto da qual o povo cearense deve viver pescando em jangada e costurando renda. Você pega o Centro de Eventos, qual é a questão: nós temos três meses de turismo forte, que empregam muita gente, sem treinamento por ser mão-de-obra temporária, e depois, ao longo de seis, sete meses do ano, uma estrutura ociosa ou de uso baixo. Com o Centro de Eventos nós equalizamos a demanda o ano inteiro. Toda classe média brasileira já veio a Fortaleza, encerrou-se um ciclo e tem muita gente produzindo novas coisas, crescendo, quando surge a ideia de fazer um aquário, equipamento cultural...


OP - O senhor defende a obra do Acquario? Acha que é um acerto?


CIRO - Um acerto dramaticamente urgente. É o pacto de mediocridade de que falo... Quando fui fazer o Dragão do Mar, que o Tasso depois se gabou de ter feito, porque foi ele que concluiu, mas quem fez fui eu, enfrentei esse debate.

Lembro bem, a história de que estávamos errados, gastar aquele dinheiro num museu, num centro de diversão... O que quero para o Ceará é o que o mundo tiver de melhor.


OP - Porém, comparada uma à outra, a obra do Dragão era bem mais barata do que o Acquario.


CIRO - Depende da proporção. Quanto é que custou o Teatro José de Alencar ao seu tempo? E que Ceará tínhamos na época? Isso é uma completa estupidez e obscurantismo.


OP - O problema da obra da Acquario é o alto custo, o fato de estar paralisada, a inexistência aparente de uma parceria para sua manutenção...


CIRO - Pacto de mediocridade, puro e simples. Fizeram inclusive crédito externo, vinculado ao financiamento dele, é uma discussão pusilânime. Do tipo porque faz isso e não um hospital, quando a linha de crédito é específica para financiar exportação do produtor do Acquario, um empreendedor americano. Por que Melbourne tem, Sidney tem, por que Nova York tem, Paris, o Rio de Janeiro acabou de fazer, Boston, por que todas as cidades relevantes do mundo têm Museu de História Nacional, zoológico, tem aquário, e a gente não quer ter? Sabe por quê? Explico: por que o baronato cearense vai visitar o aquário de Nova York, o oceanário de Lisboa, e o nosso povo que se ferre com esse pacto de mediocridade, tendo que ouvir forró de quinta categoria!


OP - Há ainda um terceiro irmão, o Ivo, que está prefeito de Sobral. Sempre ouvi que seria o mais preparado dos três...


CIRO - Sob o ponto de vista formal é. Tem o mesmo título do Barack Obama, a mesma universidade, com os mesmos professores.


OP - Qual a expectativa do senhor quanro à gestão dele em Sobral?


CIRO - Teve uma experiência parlamentar muito boa, transitou no Governo do Estado como assessor do Cid, foi secretário de Educação em Fortaleza e agora vai estrear como administrador solo, chefe, vai experimentar a solidão das decisões do poder real. É preciso entregar uma grande administração em Sobral para se credenciar a ser um quadro para o futuro do Ceará.


OP - Pode se transformar no terceiro filho da dona Mazé e seu Euclides a governar o Ceará?


CIRO - (risos) Está muito longe, ainda. Na fila tem outros à frente. Roberto Cláudio (prefeito de Fortaleza), por exemplo, fatalmente está construindo um caminho que faz dele o predileto nessa fila.


OP - Para ser o próximo?


CIRO - Não digo o próximo, porque será, naturalmente, o Camilo. Se depender de mim, evidentemente.

 

Perfil

Ciro Ferreira Gomes nasceu no dia 6 de novembro de 1957, em, Pindamonhangaba (SP), mas foi criado em Sobral (CE), terra do pai, Euclides, para onde a família se mudaria em 1962.É advogado, formado pela Universidade Federal do Ceará, e acumula um longo histórico de cargos públicos: deputado estadual, deputado federal, prefeito de Fortaleza, governador do Ceará, ministro da Fazenda e da Integração Nacional. Prepara-se para a terceira candidatura à presidência da República e promete, com ela, se despedir da vida pública.


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Por Guálter George 

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