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Editorial: "Respeito ao cidadão brasileiro"
Opinião

Editorial: "Respeito ao cidadão brasileiro"

É da imprensa, mais uma vez, o olhar instantâneo deste momento lamentável de nossa história
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O dia de ontem, 26 de junho de 2017, por várias angulações que se tome como referência, foi mais uma data do calendário político nacional recente, sempre tão agitado, que ganhou ares de novo dia histórico. É provável que entre nas citações obrigatórias dos livros de História do Brasil ainda no prelo, para o capítulo que falará sobre a Era Temer. Foi nesse dia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontando Michel Temer como o primeiro presidente brasileiro da República a ser denunciado por cometimento de crime comum em pleno exercício do cargo. Foi denunciado também o ex-assessor da Presidência da República, Rodrigo Rocha Loures, ambos por corrupção passiva.

 

São imputações extraídas a partir das delações de Joesley Batista e Ricardo Saud, respectivamente dono e diretor da empresa JBS, mais a de Lúcio Funaro, ex-operador do mercado financeiro que atuava para o PMDB - e já condenado no mensalão.


A sociedade acompanha os fatos atenta, como nunca em outra época. E precisará continuar na vigília, porque o percurso desse caso ainda trafegará obrigatoriamente no Parlamento. Agora, o STF terá de informar à Câmara Federal, que em plenário - com maioria da base aliada - votará parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e decidirá se autoriza ou não a abertura do processo pela Corte Suprema. Temer usará essa carta, certamente, pois exala certeza de que a maioria dos parlamentares ficará contra a abertura do inquérito. Feito assim, restará ao STF arquivar a denúncia.


É da imprensa, mais uma vez, o olhar instantâneo deste momento lamentável de nossa história. Os livros só contarão mais adiante. Daqui a alguns dias saberemos se vamos ter um presidente da República suspeito oficialmente de corrupção ou ele se livrará legalmente do inquérito, mesmo contra a vontade da imensa maioria dos brasileiros. O cidadão, infelizmente, ainda não poderá decidir por conta própria, qual novo rumo deseja para o País. Mas terá indicações para se manifestar. Neste momento, vale cobrar punição a quem seja culpado - e respeito ao povo brasileiro. Nada menos que isso.

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