Por exemplo, a tradicional exclusão de mulheres de grandes coortes de estudos bioquímicos prejudicou a possibilidade de encontrar diferenças na eficácia e segurança de drogas entre os sexos ou, e.g., como os hormônios sexuais afetam, diretamente, o metabolismo e a saúde.
Por exemplo, mulheres na pré-menopausa estão mais protegidas contra doenças cardiovasculares (DCV) quando comparadas com homens de mesma idade. Entretanto, a estimativa de risco de DCV aumenta e, após a menopausa, atinge níveis comparáveis. Neste exemplo há, claramente, uma vantagem-sexo para as mulheres. Raramente, os dados de pesquisa são analisados separadamente para homem e mulher e diferenças importantes entre os sexos são perdidas.
O sexo de uma pessoa ou animal é uma variável fundamental na saúde e na doença, e só recentemente sua importância como variável biológica foi reconhecida. As pesquisas biomédicas são feitas em sua maioria com animais machos, mas, mesmo quando os dois sexos são usados, não há descrição de diferenças entre os dados experimentais colhidos para macho e fêmea.
Felizmente, hoje, começamos a admitir que isso configura falta de rigor científico acreditando-se, até mesmo, que este rigor seja necessário para maior exatidão na reprodutibilidade dos resultados.
Gilberto B. Domont
gilbertodomont@gmail.comProfessor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)