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Editorial: A chikungunya entre nós
Opinião

Editorial: A chikungunya entre nós

Hoje, a taxa de incidência da Chikungunya entre os cearenses é assustadora: está em 465,5 por 100 mil habitantes
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O surto de chikungunya no Ceará tem chamado atenção nacionalmente e disparado ainda mais a preocupação local com a doença. Cinco mortes foram confirmadas pela Secretaria Estadual da Saúde e outros 40 óbitos estão sob investigação. Nove municípios, incluindo a Capital, estão em nível considerado epidêmico, que é quando uma cidade ou região tem 300 ou mais casos registrados para cada 100 mil habitantes. É o parâmetro que a Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza como alerta máximo. Hoje, a taxa de incidência da chikungunya entre os cearenses é assustadora: está em 465,5 por 100 mil habitantes.


Além de Fortaleza, a situação é muito grave em Aracoiaba, Baturité, Catarina, Caucaia, Pentecoste, Tejuçuoca, Ocara e Cascavel. Nestas cidades, é difícil quem não tenha um parente ou amigo que já não tenha sido acometido dos sintomas de febre altíssima, dor de cabeça e nas costas e, principalmente, dores nas articulações. Este é o que, aliás, segue incomodando o paciente por vários dias após o período crítico inicial. Duas das cinco mortes foram em Fortaleza, as outras foram em Beberibe, Caucaia e Pacajus.


No Estado todo, até a 19ª semana de 2017, foram notificados 41.723 casos de chikungunya, com 13.312 confirmações (31,9%). O quadro epidêmico já vem de 2016, quando foram feitas 49.516 notificações e 31.482 casos (63,6%) acabaram confirmados.


Das enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti, ao lado de zika e dengue, a chikungunya é no momento a que mais preocupa. Claro, já não se subestima mais o poder do mosquito e as autoridades sanitárias tentam alertar para o controle dos focos dentro de casa. Mas a população também tem o direito de cobrar, por exemplo, a coleta permanente do lixo nas ruas. Justamente para evitar novos criadouros artificiais em canteiros e calçadas. A sujeira próxima não é o principal fator de risco, mas, de alguma forma, ela também contribui piorando o que não está bom.


Se Estado e município contiverem os índices da doença com medidas acertadas, e a população cuidar de sua parte eliminando (ou diminuindo) a presença do Aedes aegypti o quanto possível, será essa soma de fatores, sem dúvida, a ação mais eficiente para frear a chikungunya. O mosquito continuará por perto, ainda haverá mais pessoas próximas a nós acometidas dos sintomas por algum tempo, mas é fundamental poder público e população agirem para que o mal desta situação saia o quanto antes de nosso entorno.

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