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"Donald Trump e a Rússia: ligações perigosas?"
Opinião

"Donald Trump e a Rússia: ligações perigosas?"

Talvez seja a sua inexperiência política que explique as controversas decisões que toma em relação à Rússia
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Donald Trump, há poucos meses empossado como o quadragésimo quinto presidente dos Estados Unidos, vislumbra, do Salão Oval da Casa Branca, um horizonte político indefinido em virtude dos desdobramentos acerca da atuação da Rússia em influenciar o resultado das eleições presidências estadunidenses em favor do candidato do Partido Republicano.

 

Ademais, para completar o quadro de incertezas em relação à permanência de Trump à frente da presidência dos Estados Unidos, o jornal Washington Post noticiou, recentemente, que o presidente havia repassado, aos russos, informações classificadas como sensíveis à segurança nacional. O senador republicano John McCain chegou a insinuar um novo Watergate pairando sobre a Casa Branca em decorrência das duvidosas relações envolvendo o presidente Donald Trump e a Rússia.


Ao se referir ao caso Watergate, que provocou a renúncia do presidente Richard Nixon na década de 1970, o congressista parecia indicar qual seria o destino de Donald Trump se não conseguir esclarecer a trajetória de suas ligações com o governo russo, que começaram a ficar expostas durante a disputa pela presidência dos Estados Unidos.


De fato, durante a campanha eleitoral surgiram evidências de que a Rússia estaria empreendendo ações no sentido de contribuir com a vitória de Trump. A que despertou maior notoriedade se confirmou quando as agências norte-americanas de inteligência detectaram que os ataques cibernéticos contra o Partido Democrata partiram de hackers russos.


Outros episódios foram emergindo durante a disputa presidencial entre Trump e Hillary Clinton, candidata do Partido Democrata, demonstrando que a Rússia teria outra agenda na política externa norte-americana em um eventual governo de Donald Trump. O mais notório foi a renúncia do organizador da campanha eleitoral de Trump, Paul Manafort, investigado pelo FBI e acusado de receber milhões de dólares para representar, na Ucrânia e nos Estados Unidos, os interesses da Rússia.


O presidente Donald Trump parece não ter se dado conta, ainda, que governa um Estado-nação, não um conglomerado empresarial. Talvez seja a sua inexperiência política que explique as controversas decisões que toma em relação à Rússia. Ou não? O Departamento de Justiça dos Estados Unidos nomeou um antigo diretor do FBI para responder a essa incógnita. 

 

Sebastião André Alves de Lima

andrealvesdelima@terra.com.br
Professor Adjunto da Unilab e membro do Observatório das Nacionalidades

 

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