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Wil Pereira: "1 ano de golpe: lembrar para não esquecer"
Opinião

Wil Pereira: "1 ano de golpe: lembrar para não esquecer"

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Já não bastasse o sofrimento do povo brasileiro com recorrentes e duros ataques, dia a dia, a direitos conquistados ao longo de tantos anos de luta, nesta semana tivemos o dissabor de relembrar uma das páginas mais vergonhosas da história do Brasil. Passou-se um ano desde o vexatório 17 de abril de 2016. Naquele dia, mais de 30 mil cearenses se uniram na Avenida da Universidade, em Fortaleza, para acompanhar a votação obscena na Câmara dos Deputados e que prosseguiu com o golpe que afastaria, pouco depois, a presidente Dilma Rousseff do comando do País.

 

De natureza neoliberal, o golpe que tirou do poder uma mulher combativa – e que não cometeu qualquer crime – articulou iniciativas de curto, médio e longo prazo. Nesses 12 meses, o País só afundou, comandado por um presidente golpista e ilegítimo, amparado por um Congresso composto em maioria por ruralistas, empresários e conservadores. Mais de 100 deputados que disseram “sim” ao golpe naquele fatídico dia eram investigados ou acusados por crimes de corrupção. Isso já é sabido. Mas hoje até os batedores de panela que aplaudiram o que chamavam de impeachment seguem perdidos ou camuflados pela vergonha.


Com o golpe instalado e em plena execução, o País viu surgirem duas Frentes: Brasil Popular (da qual a CUT se orgulha de ter ajudado a construir) e Povo Sem Medo. Aguerridas e incansáveis, elas se organizam cada vez mais para defender a democracia e lutar contra as medidas de ajuste que vêm atropelando todo e qualquer direito da classe trabalhadora. Mais um histórico 1º de Maio bate à nossa porta, quando será lançado, em Conferência Sindical e Popular, um programa de emergência em defesa da democracia, da soberania e do povo brasileiro.


No primeiro aniversário do mais recente golpe empreendido no Brasil, é preciso relembrar que tudo foi muito bem orquestrado com iniciativas institucionais e que envolveu os três poderes e a grande mídia. Ainda é o início de um processo bem mais amplo e profundo de retomada do projeto neoliberal no País. É preciso sempre lembrar, para não esquecer. E, antes que eu esqueça: o Brasil vai parar no próximo dia 28. É greve geral!


Wil Pereira

presidencia@cutceara.org.br

Presidente da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE)

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