Logo O POVO+
Eliana Gomes: "Compromisso com a luta das mulheres"
Opinião

Eliana Gomes: "Compromisso com a luta das mulheres"

Em 2016, foram registrados cinco mil casos de violência doméstica. Média de uma agressão por hora
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
O mês de março, em todo o mundo, é, antes de mais nada, um período de luta, que marca a coragem, a força e a determinação das mulheres no enfrentamento a todas as formas de opressão. É preciso que entendamos que as mulheres diversas, múltiplas, diferentes entre si; mas que, ao longo de suas trajetórias - individuais e coletivas -, desbravaram e construíram caminhos de maior autonomia, com mais liberdade para todas nós.

 

Não podemos deixar de saudar todas as nossas conquistas na política; no mercado de trabalho e na educação; nos direitos sexuais e reprodutivos; no enfrentamento à violência, ao assédio sexual, ao tráfico de mulheres, à violência sexual, ao feminicídio. E sem nunca esquecer que, apesar do muito que conquistamos, ainda há muito por garantir.


Precisamos estar cientes dos imensos desafios à condição feminina na contemporaneidade, como o vergonhoso cenário que coloca Fortaleza como a 3ª capital do Nordeste em violência física contra mulher e onde uma em cada cinco mulheres já sofreu algum tipo agressão física em casa. Os números são alarmantes. Em 2016, foram registrados cinco mil casos de violência doméstica. Uma média de uma agressão por hora. E pior: 212 mulheres foram assassinadas no ano passado, sendo que 65% foram vítimas de feminicídio.


Além disso, os trabalhadores de nosso País enfrentam hoje a terrível proposta de reforma da Previdência, que é, acima de tudo, um enorme ataque à mulher trabalhadora. A medida apresentada pelo Governo Federal aumenta o tempo de contribuição das mulheres de 30 para 49 anos e eleva a idade mínima de nossa aposentaria para 65 anos, eliminando o direito do gênero feminino de se aposentar antes do masculino.


Uma das categorias em que as mulheres são hoje a maioria, a dos professores, também sofrerá bastante, pois a reforma acabará com a aposentadoria especial dos educadores. Agora, o magistério teria de atingir 40 anos de contribuição para atender à nova regra, ou seja, 15 anos a mais.


Se tudo isso for implantado, será uma enorme injustiça, pois todos sabem que o nosso gênero é empurrado desde jovem para o trabalho doméstico. Nós, mulheres trabalhadoras, além da jornada de trabalho, já cumprimos em média 22 horas a mais de jornada, com o trabalho em casa.


É por tudo isso que em nosso mandato na Câmara Municipal de Fortaleza reafirmamos nosso compromisso de lutar por todas as mulheres, para que tenham uma vida livre. Vamos dedicar toda a nossa força e coragem ao enfrentamento a todas estas opressões contemporâneas que atingem as mulheres!

 

Eliana Gomes

elianapcdob@gmail.com

Vereadora de Fortaleza (PCdoB)

 

O que você achou desse conteúdo?