O detalhe político é que a concessão foi uma iniciativa do Governo Federal, cujo comando não tem a simpatia de RC e Camilo. É certo que a miudeza política deve ficar em plano inferior quando envolvidos os melhores interesses do Estado, porém a animação econômica que uma simples concessão tende a gerar é prova de que os dois governantes devem colocar, o mais rápido possível, os planos privatizantes locais em ação.
A viagem do prefeito a Frankfurt trouxe à tona planos da municipalidade para o entorno do aeroporto. Na expectativa de que o Pinto Martins privado ajude a trazer hubs de aviação para a Capital, RC tornou pública a intenção de criar uma zona urbana especial. Ou seja, uma área com regras urbanas diferenciadas capazes de atrair empreendedores interessados em estruturar negócios de logística, catering, hotelaria, locação de veículos e tudo o mais que se relaciona com aeroportos.
Não há dúvidas quanto aos possíveis impactos econômicos positivos, mas não há dúvidas também quanto aos impactos urbanos negativos. Os melhores especialistas em urbanismo sabem que a localização do aeroporto no centro geográfico de Fortaleza não foi a melhor decisão. Um hub com grande movimentação de aeronaves, passageiros e cargas tende a provocar depressão urbana numa área eminentemente residencial.
Porém, é preciso seguir em frente. Um bom e moderno planejamento urbano deve trabalhar com afinco para mitigar os possíveis efeitos negativos. Felizmente, o Plano Fortaleza 2040 foi sábio em colocar à frente dos estudos profissionais de qualidade insuspeita. No mais, é torcer para que novos e múltiplos negócios surjam na medida das imensas expectativas até aqui projetadas.