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Medo de atentados
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Medo de atentados

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A vinda do papa Francisco causa tensão máxima em Portugal. Não só pelo contexto internacional e, em particular da Europa, onde quase todos os dias se descobre um novo plano de atentado de grupos extremistas, mas, também, pela memória de um episódio há 19 anos, durante a primeira visita do papa João Paulo II a Fátima. Uma tentativa de atentado que aconteceu dentro mesmo do espaço do Santuário, à noite, na hora da missa da procissão das velas. Os jornais da época contam que um padre integrista espanhol, Juan Krohn, misturado à multidão que se acotovelava, tentou atingir o papa com uma baioneta de uma espingarda.


O cordão humano da segurança ao redor de João Paulo II impediu que o padre espanhol acertasse o alvo. A ponta da baioneta caiu perto dos pés do pontífice, que continuou, sem vacilar, vela na mão, em meio a uma massa de devotos, em direção ao altar. João Paulo II já tinha sofrido um grave atentado em Roma, quando o turco Ali Agca atirou nele em 1981. Na visita a Portugal, Karol Wojtyla vinha agradecer à Senhora de Fátima pela sua vida. Por causa destes episódios, a segurança papal não deixa passar mais nada. O Santuário, anfitrião já de três outros papas (Paulo VI, em 1967, João Paulo II, em 1982, 1991 e 2000 e Bento XVI, em 2010), conhece bem as regras.


Para João Paulo II, por exemplo, segundo a comunicação do Santuário, até a comida servida pelas freiras foram provadas antes de ele se servir. O papa Francisco vai dormir onde dormiram todos os outros papas visitantes. Na Casa Nossa Senhora das Dores, num quarto simples do segundo piso, sem vista para o Santuário, por questões de segurança. As exigências da segurança pessoal do pontífice foram passadas para todos os que terão contato com ele nas poucas horas que ficará em Fátima.


As freiras que se ocupam do conforto e alimentação de Francisco, mesmo limitadas pelo pedido pessoal de simplicidade feito pelo papa e pelas regras de controle, têm lá suas margens de manobra. Preparam um menu cheio de mimos para a ilustre visita. Para Bento XVI, em 2010, elas acertaram em cheio com uma torta de nozes que caiu bem no gosto papal. Mas, agora, a ideia é trabalhar produtos locais, comprados frescos ali ao lado, mostrar que Portugal tem suas delícias na culinária. (AA)



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