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Visões sobre globalização e UE definirão eleição presidencial
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Visões sobre globalização e UE definirão eleição presidencial

Com discursos antagônicos, o centrista Macron e a candidata da extrema-direita Le Pen se apresentam como alternativas à política tradicional francesa. O vencedor pode mudar as relações do país com o restante do mundo
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A disputa entre o candidato de centro e pró-Europa Emmanuel Macron e o nome da extrema-direita Marine Le Pen definirá as relações da França com o resto do mundo, da presença de migrantes às formas de taxação de produtos importados. Esse duelo entre duas visões antagônicas sobre o futuro do país, a Europa e da globalização se encerra no dia 7 de maio, data do segundo turno.

[SAIBAMAIS]

Por enquanto, Macron é considerado favorito. Para o instituto Ipsos Sopra Steria, o candidato do partido “Em Marcha!” receberia 62% dos votos, contra 38% para a líder da Frente Nacional, caso as eleições fossem hoje. Para a Harris Interactive, a diferença é maior: 64% para Macron e 36% para Le Pen.


O centrista já recebeu apoio de rivais históricos da direita e da esquerda, inclusive do atual presidente François Hollande. Em coro, eles pedem o voto contra o projeto de ultra-direita de Le Pen, que propõe afastamento e até saída da França da União Europeia e reviravolta nas políticas de migração.


Diante de seus eleitores reunidos na zona sul de Paris ontem, Macron afirmou que levaria a “voz da esperança” para a França e a Europa.


Na frente já no primeiro turno, com 23,75% dos votos contra 21,53% da adversária, Macron se apresenta como o candidato “não político”, assim como fez Donald Trump nos Estados Unidos, que prometia a ruptura com a política tradicional. Por isso, o apoio de peso de candidatos derrotados como o conservador François Fillon (19,91% dos votos) pode ser usado contra ele.

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“A velha frente republicana apodrecida, que ninguém deseja mais, que os franceses rejeitaram, tenta reunir-se atrás de Macron”, afirmou Le Pen, já em campanha pelo segundo turno.


O resultado da votação evidencia um desejo de mudança em um país profundamente dividido, com a eliminação da disputa pela presidência dos dois grandes partidos tradicionais, Socialista e Os Republicanos, que se alternaram no poder nas últimas cinco décadas. Os vencedores reivindicam representar a ruptura com o “sistema”.


O voto a Macron apareceu como uma opção para evitar um segundo turno entre a direita e a ultra-direita. Na França, a extrema-direita ainda não tem a força que se vê no Reino Unido e até em parte dos Estados Unidos, mas o resultado de domingo passado demonstra crescimento dela e seu potencial para conquistar eleitores.


Apesar de Le Pen estar atrás nas pesquisas, a Frente Nacional, partido da candidata, considerado racista e antissemita, jamais chegou tão longe na corrida presidencial. Acontecimentos como atentados terroristas ou episódios de violência que envolvam muçulmanos, ou ainda o mau desempenho do euro, podem dar o combustível que Le Pen precisa para ganhar mais adeptos entre os 47 milhões de eleitores franceses.

 

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