Os jornalistas Leandro Stoliar e Gilson de Oliveira, da TV Record, que haviam sido detidos no último sábadono Norte da Venezuela, chegaram ao Brasil às 5h50min de ontem. A equipe foi detida pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), juntamente com dois ativistas venezuelanos, José Urbina e María Jose Túa, da organização não governamental (ONG) Transparência Venezuela, enquanto investigava denúncias de suborno por parte da construtora Odebrech.
A TV Record informou, ontem, nas redes sociais, que os jornalistas desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. De acordo com a emissora, eles foram presos “durante gravações para uma série de reportagens especiais para o Jornal da Record sobre denúncias de corrupção envolvendo financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que favoreciam empreiteiras brasileiras, inclusive a Odebrecht, citada nas investigações da Operação Lava Jato”.
Outros países
Enquanto isso, o escândalo de corrupção envolvendo as empreiteiras brasileiras continua expandindo seus efeitos. Uma delegação do Ministério Público chileno, por exemplo, se reunirá na sexta-feira com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para um intercâmbio de informação sobre a construtora OAS, investigada em Santiago por suposto financiamento de campanhas eleitorais. O procurador chileno Jorge Abott se reunirá com Janot “a fim de ativar mecanismos de cooperação em torno da investigação sobre corrupção internacional conhecida como Lava Jato e que no Chile tem como aresta o caso OAS, sobre financiamento irregular de campanhas políticas”, aponta a mensagem divulgada pelo MP em Santiago.
No Panamá, o Ministério Público especial anticorrupção solicitou à Interpol a emissão de um alerta vermelho para detenção para os filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares, acusados de cobrar propina da Odebrecht. Um dos advogados dos filhos de Martinelli, Carlos Carrillo, comentou à AFP que até sexta-feira não havia “nem ordem de detenção nem alerta (à Interpol)”.