O governista Lenín Moreno e o opositor de direita Guillermo Lasso vão se enfrentar no próximo dia 2 de abril no segundo turno das presidenciais equatorianas, o que complica a continuidade do regime socialista do atual presidente Rafael Correa.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) confirmou na noite de quarta a realização do segundo turno. “Com os resultados obtidos de 99,5% das atas apuradas por parte das juntas eleitorais provinciais, posso informar ao país que, no próximo domingo 2 de abril de 2017, será realizado o segundo turno eleitoral”, anunciou o presidente do CNE, Juan Pablo Pozo, por rádio e televisão.
Pozo acrescentou que Moreno, ex-vice-presidente (2007-2013) no governo do socialista Rafael Correa, aparece com 39,3% dos votos válidos contra 28,1% de Lasso, um ex-banqueiro conservador. Para ganhar no primeiro turno, a lei estabelece que se deve conseguir 40% dos votos e superar em pelo menos dez pontos o segundo colocado.
“Agradeço a todos os equatorianos por seu voto gentil. Vou correspondder com muito coração, com muito trabalho”, declarou Moreno ao canal RTS. O estilo conciliador dele contrasta com o temperamental Correa, assinalou que está disposto a realizar um debate com seu adversário.
Dura disputa
Moreno, cujo estilo conciliador contrasta com o temperamental Correa, assinalou que está disposto a realizar um debate com seu adversário. “Agora somos você e eu. A pessoal que exilou dois milhões de equatorianos e a pessoa que deu às pessoas casa, emprego, dignidade. Essa é a diferença”, afirmou ainda.
O governo acusa Lasso de ser um dos responsáveis pela crise bancária de 1999, que resultou na dolarização da economia, no congelamento temporárioa dos depósitos e a migração de milhares de equatorianos.
O ex-banqueiro, partidário de fomentar o investimento estrangeiros e baixar os impostos para estimular o consumo e a produção nacional, considerou o anúncio da CNE “um triunfo”. “Meu compromisso de continuar lutando pela democracia e o direito a prosperar de cada equatoriano em um país solidário”, postou no Twitter.
Para analistas, um segundo turno complicará muito o panorama do correísmo, desgastado pela delicada situação econômica por conta da queda nos preços do petróleo e das crescentes denúncias de corrupção que assombraram a campanha.