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O Brasil de Temer e Tite
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O Brasil de Temer e Tite

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Henrique Araújo

Editor-adjunto de Conjuntura e cronista do O POVO

Temer e Tite assumiram um Brasil em crise mais ou menos na mesma época. O de Temer precisava crescer e gerar emprego depois do fracasso da antecessora Dilma. O de Tite, recuperar a autoestima e se classificar para a Copa do Mundo de 2018 após

o desastre da gestão Dunga. No País, a bola passou de D para T no campo e na política sob a expectativa de que a vida do torcedor-eleitor melhorasse.

 

As semelhanças, no entanto, acabam aí. O Brasil de Tite deu certo até agora.

O de Temer vem patinando no gramado.


Nesse período, a seleção esqueceu rapidamente o passado. Com Tite, foram oito vitórias seguidas, 24 pontos, 24 gols — uma média de três por partida — e uma passagem para a Rússia a quatro rodadas do fim do torneio, feito inédito nas sul-americanas.

 

Comandante do outro Brasil, Temer se cercou de um selecionado meia-boca. No ataque, escalou companheiros já lesionados para ocupar funções-chave. Com Eliseu Padilha de meio-campista, Moreira Franco na defesa e Romero Jucá de volante, o time parecia empolgar apenas o torcedor desavisado. O esquema tático era muito simples para um desafio imenso: recuperar credibilidade, “estancar a sangria” da Lava Jato, escapar do rebaixamento e, por tabela, do implacável juiz da partida, o paranaense Sergio Moro.

 

Quase um ano depois, Tite e Temer levaram seus times a resultados diametralmente opostos. O país do primeiro é hoje o contrário do país do segundo. Daí que, numa cartada político-futebolística, o chefe do Planalto tenha escrito ao chefe da Canarinho. Como a pegar carona no sucesso do companheiro, rogou:
“Juntos, alcançaremos novas vitórias”.


O presidente sonha em ser Tite, mas há um abismo entre os dois. Popular, o treinador é cotado para ocupar a cadeira de Temer, que só se tornou titular depois de uma entrada faltosa (há quem diga maldosa) em Dilma. Perna de pau, o peemedebista não teria lugar nem mesmo naquela fatídica seleção de Dunga.

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