Representantes de Fortaleza, Ferroviário, Ceará e Arena Castelão se reuniram ontem com integrantes do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor) do Ministério Público Estadual (MPCE) para discutir sobre a comercialização de bebidas alcoólicas em eventos de futebol. Isso, hoje, é proibido no Estado. Porém, os interessados na liberação da venda de bebidas nas praças esportivas parecem ter achado um caminho. Durante a reunião, os clubes expuseram seus argumentos e buscaram um posicionamento do MPCE sobre a proibição que vigora nos estádios do Ceará.

 

O entendimento foi que o órgão apenas fiscaliza a legislação federal, que é o Estatuto do Torcedor, mas não se posiciona a favor nem contra. “A reunião foi positiva porque fomos escutados. Não é um problema do Ministério Público, é um problema legislativo. O posicionamento deles é técnico em relação a isso”, comentou o diretor de publicidade e marketing do Ceará, Lavor Neto. A solução neste caso, segundo o diretor financeiro do Fortaleza, Gigliani Maia, seria tentar avançar com uma lei estadual liberando o consumo de álcool nos jogos de futebol.

A liberação poderia resultar em vantagem aos clubes. “Existe previsão de participação (nas vendas), seria uma renda não só dos bares, seria atrativo complementando para torcedores”, ressaltou Lavor Neto.

Estados como Bahia e Pernambuco comercializam bebidas alcoólicas dentro de suas arenas atualmente devido a leis aprovadas nas suas Assembleias Legislativas.

Segundo o parágrafo II do artigo 13-A do Estatuto do Torcedor, os torcedores só podem entrar e permanecer no recinto esportivo se “não portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência”.

O POVO fez diversas tentativas de contato com o escritório do Nudtor e com o promotor Francisco Xavier Barbosa, titular do núcleo, mas nenhuma delas foi atendida. (Brenno Rebouças)