Para os principais clubes do Campeonato Cearense, Ceará e Fortaleza , participar do Estadual, definitivamente, não é um bom negócio. Quando o diretor Financeiro do Alvinegro, João Paulo Silva, diz que o clube paga para jogar o Campeonato Cearense, ele não está exagerando.

Em que pese o Alvinegro receber a cota de TV e os pagamentos antecipados dos torcedores oficiais, os borderôs dos jogos apontam prejuízo.

Das 11 partidas que realizou até agora no estadual (oito vitórias, dois empates e uma derrota), o clube teve direito à renda em oito, seja por mando de campo ou por divisão com o adversário em função do regulamento. E em 75% delas (seis de oito) precisou pagar para fechar a conta em função da equação que não fecha: despesas altas, baixo público e arrecadação diminuta. Em apenas dois jogos o Ceará conseguiu sair com lucro. Na derrota por 1 a 0 para o Fortaleza, quando levou pra casa R$ 81.805,37, e no primeiro encontro diante do Uniclinic, pelas quartas de

final, quando computou para seus cofres R$ 5.581,51. Nos demais, só prejuízo.

Levando em consideração todos os borderôs, o Ceará teve um lucro total de R$ 35.576,11 no Estadual. Valor que não paga um mês de salário de uma porção de atletas.

O caso do Fortaleza não é diferente. O clube também entrou em campo 11 vezes (sete vitórias, dois empates e duas derrotas), recebe a cota da TV e o dinheiro antecipado dos sócios-torcedores, mas o diretor financeiro Gigliani Maia também passa o dia tentando equilibrar as contas em uma competição que, no borderô, deu prejuízo ao clube em sete das nove partidas em que teve direito à renda.

O Tricolor contabilizou um lucro total, levando em conta toda a bilheteria, de apenas R$ 11.080,91. É um valor que passa longe de pagar os custos mensais com alimentação dos elencos profissionais e amadores do clube. (Fernando Graziani)