Ainda que inevitável, os erros no mundo corporativo devem ser não só reconhecidos, como também corrigidos no menor tempo possível, orienta Luiz Wever, CEO da Odgers Berndtson, companhia internacional especializada em consultoria e executive search. Segundo o especialista, nem sempre aquela “ideia brilhante” pode render o resultado esperado. “É importante monitoramento e engajamento do tomador da decisão para diagnosticar, o mais rápido possível, os efeitos da sua decisão no mercado e estar preparado para rapidamente corrigi-lo”. Do contato com chefes e empresários, percebe que a maioria prefere ter um funcionário que erre muito (80%), mas que seja hábil e célere numa tomada de decisão. Principalmente no mercado financeiro, onde “rapidez é muito importante”. Certos erros, soma, podem ser contornáveis e aceitos, desde que estejam “dentro das engrenagens”/posicionamento estratégico da empresa.

Ciente de que o erro faz parte do aprendizado, Marcelo Pimentel estima que o equívoco no mundo dos negócios pode ocorrer, mas desde que seja calculado, principalmente nos novos negócios. “Quando monto um negócio do zero e com sócios, vêm sonhos, imaturidades, mas tem que calcular esse risco do que pode ou não ser feito: Vamos tentar fazer isso esse mês? Mas quanto a gente tem pra isso?”. Uma forma de minimizar o erro, garante a professora Cláudia Buhamra, é tentar aprender “com quem sabe”.

Um planejamento de negócio, essencial para o sucesso de uma empresa, demanda conhecimento e assessoramento para ser feito. Grandes empresas contam com áreas de inteligência de mercado, por exemplo, mas os pequenos empresários também podem recorrer a instituições, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “O pequeno empreendedor deve buscar auxílio com pessoas que já desenvolveram métodos pra evitar erros”, enfatiza André Ribeiro, consultor de carreira sênior na Produtive.

Para ele, além dos pequenos e médios erros, existem ainda aqueles que podem ser considerados “imperdoáveis”, como a área de investimento de uma empresa fazer uma escolha errada, gerando um grande e talvez irreparável prejuízo. Ou a quebra de confiança com o cliente, “que é difícil de resgatar”. "Se a empresa toma uma atitude, engana seu cliente e ele percebe é fatal para o empreendedor. Se presta serviço ou comercializa um produto, tem que ter muito respeito pelo consumidor". A lição final é que a reincidência ou negação do erro só contribuem para que negócios potencialmente promissores fechem as portas muito antes do esperado.

DRIBLANDO OS ERROS NOS NEGÓCIOS

Para evitar erros em sua empresa, se possível antes mesmo de abri-la, procure o auxílio de algum profissional capacitado para montar um planejamento de negócio e saber quais erros já foram cometidos no mercado específico para não repeti-los;

Busque ter sempre alguém ao lado para dividir o trabalho ou uma ideia, seja um amigo, sócio ou familiar experiente na área onde pretende atuar;

Se decidir contar com um sócio, procure por alguém que tenha objetivos semelhantes aos seus e que não o abandone ou tire proveito da sociedade a qualquer momento. É necessário harmonia e confiança;

Se é empreendedor e errou, a ponto de desagradar o seu cliente, assuma o erro e procure consertá-lo o mais rápido possível;

Saiba qual o exato perfil do seu consumidor e o que ele espera da sua marca/produto. Desconsiderá-lo pode ser fatal ao futuro do negócio;

Procure contratar profissionais gratos, íntegros e doadores. Além de melhorar o clima organizacional, tendem a ser pessoas que tomam responsabilidades para si, crescendo rapidamente. Por outro lado, a empresa deve oferecer um ambiente favorável para reter talentos;

É importante ter foco no cliente interno (funcionário). Assim como os clientes externos, devem ser convencidos de como são importantes para a empresa, sendo bem tratados, representados e remunerados;

Esteja sempre de olho no concorrente. A partir dele, é possível detectar quais os pontos fortes e fracos da sua empresa, bem como a presença de ameaças e/ou novas oportunidades para o seu negócio;

Foque atenção aos recursos financeiros da empresa. Jovens empreendedores devem evitar gastar muitos e os mais experientes de reter tudo visando enriquecimento. É necessário buscar o equilíbrio, garantia de sobrevivência da empresa a longo prazo.