Ao contrário do que ocorria até 1990, diferentes gerações vêm lançando um novo olhar sobre o trabalho e traçando novos rumos para suas carreiras. Hoje, mais que obter um bom cargo ou altos salários - que conferem poder e prestígio –, buscam por algo a mais: satisfação pessoal. Só assim, sentem alcançar o verdadeiro sucesso profissional.

Foi em busca unir felicidade e trabalho que o surfista Tainan Monte, 32, resolveu investir em uma loja especializada em artigos para o esporte, a High Score. Localizado no shopping Center Um, na Aldeota, o estabelecimento é dedicado “ao amante do mar e das ondas”, oferecendo mais que pranchas e artigos para surfar: roupas, acessórios e joias de praia. Tainan conseguiu encontrar o casamento perfeito: a paixão pelo bodyboarding ao jeito de ganhar dinheiro. A loja já tem 10 anos.

Antes de empreender, Tainan cursou Engenharia de Produção e foi atleta profissional por mais de uma década, chegando a competir em circuitos brasileiros e mundiais de bodyboarding. E a experiência trouxe maré boa ao negócio. “Ser atleta profissional ajudou demais a promover e divulgar a loja pra que ela tivesse influência no meio e se tornasse referência”.

Saber o uso de cada artigo também foi um “diferencial” para melhor posicionar a marca, avalia Tainan. “Quando o cliente vinha comprar o produto a gente tinha o know-hall de saber o que funcionava. Acho que o conhecimento do esporte e dos produtos foi o que fez a loja permanecer (aberta) até hoje”.

O faturamento – somado às vendas pela Internet, mais solicitadas no Rio de Janeiro – cresceu ano a ano, tornando o negócio sustentável. Mais que o lucro por si só, conseguir manter a proximidade com o esporte é o melhor retorno para o ex-atleta. “Realmente não tem preço trabalhar com o que eu gosto. Comento bastante que podia até ser mais bem-sucedido financeiramente (em outra carreira), mas não seria tão feliz de trabalhar com uma coisa que amo. Não é um fardo pra mim”.

A preferência por alimentos saudáveis e pegar ondas em dias favoráveis é ainda estilo de vida seguido à risca pelo empresário e seus três colaboradores. “No dia que tem ondas a gente se reveza pra todo mundo surfar. Um acorda mais cedo e abre a loja pro outro. Aqui é assim: todos têm que gostar e entender o esporte”.