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Governo suspende reajuste de servidores
Economia

Governo suspende reajuste de servidores

Com receitas abaixo do esperado, Governo Federal anuncia, após dois dias de atrasos, nova meta de déficit fiscal. Para economizar, medidas de corte de gastos com pessoal serão tomadas, como corte de 60 mil cargos
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Com as frustrações de receitas, o Governo Federal anunciou ontem o aumento da meta de déficit fiscal para R$ 159 bilhões em 2017 e 2018. Uma elevação do rombo de, respectivamente, R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões. Ainda anunciou a suspensão em um ano do reajuste dos servidores do Executivo e corte de 60 mil cargos, que hoje estão vagos. Neste último caso, ainda não haverá uma economia direta. O anúncio foi realizado pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira.


O déficit primário é o resultado das despesas maiores que as receitas, sem considerar os gastos com juros da dívida pública. A alteração das metas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Em 12 meses encerrados em junho, o déficit primário ficou em R$ 167,198 bilhões, o que corresponde a 2,62% do Produto Interno Bruto (PI B), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de acordo com dados do Banco Central (BC). Originalmente, a meta de déficit estava fixada em R$ 139 bilhões para este ano e em R$ 129 bilhões para 2018. No entanto, a arrecadação ainda em queda, e uma série de frustrações de receitas dificultaram o cumprimento da meta original.

[SAIBAMAIS]

Medidas

Para economizar, o Governo anunciou medidas para reduzir o gasto com pessoal, que representarão economia de cerca de R$ 8 bilhões em 2018. A medida de maior impacto será o adiamento em um ano do reajuste previsto para servidores civis do Executivo, que economizará R$ 5,1 bilhões. Também foi anunciado o aumento das alíquotas de contribuição para a Previdência dos servidores da União, que passará de forma progressiva para 14%. Isso representará uma economia de R$ 1,9 bilhão. Hoje, servidores do Estado do Ceará já têm a alíquota revisada para 14%.

 

Também será proposta imposição do teto remuneratório, hoje em R$ 33,9 mil, a todas as verbas recebidas por servidores, incluindo verbas indenizatórias, como auxílio moradia e outras. A medida representará uma economia de R$ 725 milhões.

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Outra medida é a redução de gastos com a ajuda de custos, que será limitada a uma única remuneração. O auxílio é pago para servidores que são transferidos de cidade e hoje pode chegar a três salários. Com a medida, a economia será de R$ 49 milhões. Também será proposta mudança no pagamento do auxílio-moradia, que será pago por no máximo 4 anos e será reduzido gradativamente a cada ano. Hoje, o auxílio é pago indefinidamente. A mudança trará economia de R$ 35,6 milhões no ano que vem. Também foram extintos 60 mil cargos que estão vagos atualmente, o que evitará aumento de despesas.


O governo também anunciou que limitará o salário inicial dos servidores públicos que ingressarem a partir de agora no Executivo em R$ 5 mil e haverá uma progressão na carreira com 30 degraus.


A ideia é que haja um incentivo para os servidores progredirem nas carreiras. Dyogo lembrou que o governo paga hoje até três vezes mais do que a iniciativa privada e essa medida ajudará a adequar os salários aos de mercado. A economia em 2019 será de R$ 1,2 bilhão e chegará a R$ 154,1 bilhões em 15 anos.

Das agências

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