Em junho de 2017, o mercado imobiliário de Fortaleza aqueceu. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o Valor Geral de Vendas (VGV) residencial vertical (prédios e apartamentos) cresceu 12%. Ou seja, o valor saltou de R$ 99 milhões para R$ 111 milhões. Em relação ao mês imediatamente anterior (maio), o VGV também foi 4% maior no mês passado.
[SAIBAMAIS]Na virada de um mês para outro, houve aumento de 9% no ticket médio, cujo valor registrado foi de R$ 689.440. Os dados do setor foram divulgados ontem pelo Flash Imobiliário - área de inteligência de mercado da imobiliária Lopes Immobilis.
Ao longo de 2017, o mercado imobiliário ainda vendeu 1.112 unidades, totalizando R$ 738 milhões, obtendo uma redução de 8,4% no estoque. A perspectiva da Lopes é que 53% do estoque em empreendimentos residenciais verticais está ou ficará pronto ainda este ano. Em junho deste ano, foram vendidas 14 salas comerciais, 5 (ou 56%) a mais que no mesmo período de 2016.
[QUOTE1]Para o sócio-diretor executivo da Lopes Immobilis, Ricardo Bezerra, o mês de junho foi “surpreendentemente bom”. “Se alguém tinha dúvida se o mercado imobiliário em Fortaleza estava reagindo, está aí a resposta. Estamos vendendo mais que no ano passado”, comemora, revelando a expectativa do mercado por mais estabilidade política em 2018 e vendas maiores que em 2017.
Apesar dos resultados positivos, as vendas de residenciais verticais caíram 4,7% de maio para junho de 2017. Porém, de junho de 2016 para junho de 2017, as vendas de residenciais verticais foram 5% maior, saindo de 154 para 161 unidades comercializadas.
Se por um lado, a crise política interfere na estabilidade econômica e no poder de compra dos consumidores, por outro, contribui para movimentar o mercado imobiliário. Ricardo explica que, por ser “o investimento mais seguro que existe“, o imóvel é ideal para quem teme perder dinheiro em tempos de crise. “A instabilidade acaba é ajudando (o setor)”.
[FOTO2]Demanda
Ainda conforme o Flash Imobiliário, no mês de junho, Guararapes, Aldeota e Papicu foram os bairros que obtiveram maior procura por residenciais verticais. Nos três bairros foram comercializadas 75 unidades. Juntos, os empreendimentos responderam por 46% do total de vendas.
Ricardo afirma que o Guararapes é hoje o bairro mais ofertado e mais diversificado do ramo em Fortaleza. “E também com mais promoção, por isso, as pessoas compram mais”. Já Aldeota e Papicu se destacam pelas ofertas e por serem bairros tradicionalmente procurados.
Reunindo residenciais verticais e horizontais, salas comerciais e segunda moradia, o mercado imobiliário vendeu 2% (196 unidades) a mais em junho de 2017, ante mesmo período de 2016 (193 unidades). O VGV geral de junho de 2016 para junho de 2017 subiu 8,3%, partindo de R$ 120 milhões para R$ 130 milhões.
“O mercado começa a melhorar. As pessoas estão enxergando que comprar um imóvel hoje ficou mais atrativo por causa das ofertas das empresas. É um período de as construtoras iniciarem a desova de seus estoques”, avalia André Montenegro, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE).
Saiba mais
Bairros que concentraram residenciais verticais mais demandados em junho de 2017 em Fortaleza: Guararapes, Aldeota e Papicu têm valor do metro quadrado (m²), respectivamente, de R$ 7.920, R$ 8.280 e R$ 7.702.
Dentre os 15 bairros analisados pelo Flash Imobiliário, Meireles (R$ 10.165) tem o m² mais caro da Cidade e Maraponga, o mais barato (R$ 4.210).
O Valor Geral de Vendas (VGV) é um termo comum no mercado imobiliário e se refere ao valor calculado pela soma do valor potencial de venda de todas as unidades de um empreendimento a ser lançado.
Apesar do VGV estimar determinado valor, não necessariamente o empreendimento vai gerar receita conforme o montante pré-determinado. Fatores como alterações do preço dos imóveis e margem de negociação podem alterar o este potencial de mercado.
Em relação a junho de 2016, a venda de salas comerciais em junho de 2017 subiu 56%. O VGV também cresceu 66%, saindo de R$ 3,2 milhões para R$ 5,3 milhões. A venda de segunda moradia também cresceu 33%.