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Selic fica menor e FNE perde competitividade
Economia

Selic fica menor e FNE perde competitividade

O Banco Central baixou a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, ficando em 9,25% ao ano. É o menor nível em quatro anos. Com isso, taxas do FNE, que permitem financiamentos no Nordeste, superam a Selic
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Com a queda da taxa básica de juros (Selic), ontem, em um ponto percentual, chegando a 9,25% ao ano, algumas taxas do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) ficam menos competitivas para que empreendedores possam investir na região. Mas mesmo acima da Selic, prazos para pagamento, menor burocracia e garantias podem ser saídas para que o FNE permaneça atrativo.

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Foi a sétima vez seguida que o Banco Central (BC) baixou a Selic, por decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom). Com a redução, a taxa chega ao menor nível desde outubro de 2013, quando estava em 9% ao ano. Essa é a primeira vez em que os juros básicos da economia retornam a um dígito em quase quatro anos. Desde novembro de 2013, a taxa estava em dois dígitos (10% ao ano).


Em relação ao FNE, as taxas que ficam acima da Selic com a redução são as referentes a tomada de crédito no Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para empreendedores com receita bruta anual acima de R$ 90 milhões financiarem investimentos no Nordeste. Além de financiamento para capital de giro e comercialização.

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O FNE engloba programas de desenvolvimento da agroindústria; financiamento das micro e pequenas empresas; conservação do meio-ambiente; mini e micro geração de energias renováveis; infraestrutura para o Nordeste; inovação; indústria; comércio e serviços; entre outros.


Para o economista Sérgio Melo, não faz sentido a Selic acima do FNE. “Essas taxas deveriam ter certa modulação ante a política de taxa de juros baixa. Deveria existir modelo que flutuasse em função da situação do Nordeste”, avalia.


Já o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Ênio Arêa Leão, diz que a política para o FNE é que a taxa continue pré-fixada. “Mas, para dar mais segurança, deve ser revisada sempre que a Selic cair”.

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Mais do que uma taxa abaixo da Selic, o FNE deve ter criatividade na forma de financiar. Lauro Chaves, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e presidente do Conselho Regional de Economia no Ceará (Corecon-CE), explica que o bom da baixa na taxa de juros é que o BNB é obrigado a se renovar, mexendo nas garantias, na questão da burocracia, nos prazos de carência para pagamento dos financiamentos e na celeridade do prazo de liberação de recursos. “Todas as medidas vão fazer com que o FNE seja financiamento atrativo e não seja influenciado por uma questão pontual de um período ou de outro”, diz.


Expectativa

A expectativa dos economistas é de redução da Selic até o final do ano. A diretoria do BC aponta que o orçamento total de corte levará a taxa básica de juros para 8% no fim de 2017. Mas como para André Guilherme Pereira Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o índice de inflação do País permanecerá favorável, visto que há permanência de endividamento empresarial e das famílias, a projeção da Selic para 2017 é ainda mais baixa que a do BC, fechando em 7,50%.

 

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