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Nova rota barateia frete em pelo menos 10%
Economia

Nova rota barateia frete em pelo menos 10%

A italiana MSC fará rota do Porto do Pecém para portos do Norte da Europa, criando uma opção a mais para os clientes que utilizam o complexo portuário
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A partir da segunda quinzena de agosto, uma nova linha de transporte de cargas começa a operar no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. A operação acontecerá toda sexta-feira, ficará por conta da empresa italiana MSC, e a perspectiva é que o frete para importar e exportar fique cerca de 10% mais em conta devido à mais uma opção de concorrência.


Hoje os clientes já são atendidos por uma linha da Maersk. A nova rota enviará cargas para o Norte da Europa, nos portos da Antuérpia (Bélgica), chegando em 10 dias, Roterdã (Holanda), em 12 dias, Hamburgo (Alemanha), em 14 dias, Bremerhaven (Alemanha), em 16 dias e Le Havre (França), em 18 dias.


A previsão é que a rota se mantenha de agosto, quando se inicia a safra de frutas, até fevereiro. “O Porto do Pecém vive um momento de prospecção de novos negócios, então estamos confiantes quanto a novas rotas e clientes, principalmente por causa do inicio do funcionamento da CSP, que nos ajudou a ganhar mais visibilidade no exterior, e a parceria com Roterdã, que irá nos auxiliar no processo de divulgação diante as empresas internacionais com todo o seu know-how no setor portuário”, diz Danilo Serpa, presidente da Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearáportos). Ele acrescentando que o Governo negocia novas rotas.


Preço

Para Luiz Roberto Barcelos, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e sócio-diretor da Agrícola Famosa, nova rota sempre é bom para quem importa e exporta, ajudando ainda no desenvolvimento do Estado. “Você ajuda a baixar mais o preço do frete, porque terá mais competição. Mas o benefício desse valor menor você vê mais no longo prazo”, diz.

 

O empresário calcula que o frete de cargas custa entre US$ 1 mil a US$ 5 mil, com o preço variando de acordo com distância/tempo de navegação, tipo de produto e volume. “A vinda deles (MSC) ajuda muito o comércio. A Famosa foi a primeira a fechar contrato com eles e ajudar no surgimento dessa linha”, diz.


Heitor Studart, presidente da Câmara Temática de Logística do Ceará e do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), diz que novas rotas são o primeiro sinal da parceria que o Cerá está firmando com a administradora do Porto de Roterdã, a Port of Rotterdam.


Ele avalia que o Porto do Pecém tem grandes chances de virar um hub portuário de contêineres (distribuidor de cargas). “Vejo também a prospecção da Fraport como parceira também dessa concessão do Porto do Pecém para Roterdã. Na Europa, além do aeroporto, ela atua nessa parceria portuária”, analisa.


A cabotagem (navegação entre portos do País) também será estimulada com a nova rota, segundo Studart. Para ele, as cargas que chegarem aqui poderão ser distribuídas para outros portos do Brasil e do Exterior, com destino ao Canal do Panamá. “O volume a mais ajudaria a estimular a cabotagem no Brasil e a logística ficaria mais barata em pelo menos 10%”, diz.

 

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