Além de sinalizar um enfraquecimento do presidente Michel Temer (PMDB) no Congresso Nacional, a não aprovação do relatório da Reforma Trabalhista, elaborado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), afetou a confiança de investidores do mercado financeiro.
O índice Ibovespa, Bolsa de Valores de São Paulo, caiu 2% e fechou o dia de ontem em forte baixa, aos 60.766,16 pontos.
O dólar, por sua vez, disparou avançando 1,40% , saindo a mais de R$ 3,33 na venda. Este, inclusive, foi o maior patamar registrado desde o 18 de maio de 2017, dia seguinte à divulgação das delações de executivos do grupo JBS. Na ocasião, a moeda saltou mais de 8%, indo a R$ 3,3890.
Segundo o diretor Executivo da Fecomércio-CE, Alex Araújo, mesmo que o voto da CAS tenha mais caráter opinativo, consultivo, o mercado interpreta que o Governo vai enfrentar mais dificuldades para aprovar a a Reforma Trabalhista. E reage.
“A leitura que o mercado tem feito reflete esse custo adicional, caso as reformas (Trabalhista e da Previdência) não avancem. E o mercado tenta precificar isso”.
Apesar de absorver esta nova tensão política, garante que o mercado financeiro ainda aposta nas medidas e “considera que as reformas ainda estão na pauta. Se avaliasse o contrário, a reação seria muito mais drástica, mensura Araújo. (Lígia Costa)