O Ceará fechou 675 postos de trabalho formais em abril (-0,06%). Mesmo sem a geração de novos empregos, o número é inferior ao registrado em março, quando foram fechadas 4.675 vagas, o pior resultado, em números absolutos, desde 2003. O desempenho do mês de abril veio como um alento para o brasileiro, já que, no período, houve abertura de 59.856 vagas em todo o País.
[SAIBAMAIS]Os dados foram divulgados ontem no registro administrativo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Em abril, os setores que mais criaram vagas no Ceará foram os de Serviços (177) e Administração Pública (113). Os piores desempenhos foram registrados nos setores da Construção Civil, (-491), Comércio (-252), Indústria da Transformação (-184) e Agropecuária (-132).
O comércio, setor fortemente prejudicado pela recessão econômica, ganhou fôlego no mês passado. Foram 252 demissões em abril, enquanto que, em março, foram 1.447. Diretora institucional da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Cláudia Brilhante avalia a retração do desemprego no segmento como um claro sinal de retomada da economia. “Isso indica que realmente o pior já passou. A passos curtos e sem nenhum milagre, mas já dá pro empreendedor voltar a investir. O comércio está começando a aquecer”, afirma otimista.
Estabilidade relativa
De janeiro a abril de 2017, o Estado do Ceará perdeu 12.170 empregos (-1,04%) e, nos últimos 12 meses, foram 29.890 vagas formais (-2,52%) a menos. No ranking nacional de saldo entre admissões e desligamentos, o Estado aparece em 20º lugar, entre as 27 unidades federativas.
Coordenador de estudos e análise de mercado do Sine/IDT, Erle Mesquita, explica que os dados de abril refletem uma “relativa estabilidade” do mercado de trabalho. Fato que, entretanto, não muda a sua trajetória de retração.
Mesmo que o número de demissões na Construção Civil, em abril (491), tenha sido menor que o registrado em março (1.258), a tendência é que o desemprego no setor cresça até o final de 2017, estima o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro.
“A tendência é aumentar o desemprego porque, como as construtoras passaram quase dois anos sem lançamentos, não vai ter continuidade no emprego”, lamenta. Aponta que o mau desempenho do setor - “locomotiva” da economia - significa momento “ruim pra todo mundo”. Uma possível melhora nos níveis de contratação é estimada apenas para o segundo semestre de 2018.
Fortalecimento
ilo Santana (PT), citou o fortalecimento de áreas como o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) e a parceria de gestão do equipamento com o porto de Roterdã (Holanda) como oportunidades para geração de emprego e renda. “Com essa parceria, não tenho dúvida que vai abrir um leque de investimentos nacionais e internacionais para o Cipp”, o que consequentemente deve gerar novas vagas de empregos formais.
Além do Cipp, aposta em abertura de postos de trabalho no Polo Industrial Químico de Guaiúba; no Polo Industrial e Tecnológico da Saúde (Pits), no Eusébio; e no polo metalmecânico de Tabuleiro do Norte.
NÚMEROS
59.856
Foi o número de empregos criados em abril, em todo o País675
Foi o número total de vagas fechadas em abril, no Ceará