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Bactérias encontradas na água superam o limite permitido
Economia

Bactérias encontradas na água superam o limite permitido

Por onde passa, o Rio Cocó vai recebendo poluição. Pesquisadoras da UFC desenvolveram estudo que aponta o nível da contaminação das águas do Rio e os prejuízos provocados pelos contaminantes
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Um relatório que trata dos parâmetros físico-químicos e pesquisa de coliformes totais e fecais nas águas do rio Cocó, desenvolvido pelas pesquisadoras Regine Helena Silva Fernandes e Silvia Helena Ferreira, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, mostraram que o Número Mais Provável (NMP) de bactérias chegou a 1,1 milhão de microrganismos por 100 mililitros (ml), ao passo que o limite tolerável é de 1.000 unidades por 100 ml. A incidência é maior dos gêneros Klebsiella (83,4%), Enterobacter (70%) e Citrobacter (67%), além de Escherichia coli (50%). Elas são responsáveis por doenças do trato intestinal, urinário e vias respiratórias “O rio Cocó, que banha a parte mais valorizada de Fortaleza e desemboca na Praia do Caça e Pesca, está muito poluído por dejetos fecais representando um perigo em potencial para os pescadores do local e para as populações ribeirinhas, que utilizam suas águas para banho e preparo de alimentos”, aponta o documento.


Os contaminantes do Cocó também extravasam e afetam as águas subterrâneas no entorno. Segundo José Júlio Sales, presidente do Instituto Água (IA), o teor de nitrato encontrado no Cocó pode causar uma doença chamada meta-hemoglobinemia e atinge crianças abaixo de 12 anos.


Outro contribuinte é o antigo lixão do Jangurussu, desativado em 1998. “Mesmo sem operação, aquela massa de material orgânico que ali ficou por anos passará a lançar chorume, contribuindo para a deposição de substâncias tóxicas no Cocó”, avalia José Júlio Sales. (Átila Varela)

 

SAIBA MAIS


INSTITUTO


ÁGUA (IA)

Criado em agosto de 2016 e oficialmente lançado em março deste ano, em Fortaleza, o Instituto é uma entidade cearense sem fins lucrativos que congrega profissionais de qualquer formação com interesse em estudar a escassez e a contaminação da água e entender seus efeitos nas diversas áreas. O IA é presidido pelo engenheiro químico José Júlio Sales.

 

Trabalhos iniciais

Seis grandes focos estão sendo trabalhados: a qualidade da água para saúde humana; a busca de água subterrânea como fonte de suprimento; o cenário da seca no Nordeste; melhores práticas para o convívio com a seca; a proteção da nascente dos rios; e o reuso da água.


Parcerias

O instituto também tem o objetivo de articular e viabilizar parcerias que propiciem condições adequadas à oferta, uso, reuso, conservação e gerenciamento racional e eficiente da água e que contribua para a sustentabilidade ambiental, econômica e social do Ceará.

 

SOBRE O COCÓ


Extensão

Rio Cocó faz parte da bacia dos rios do litoral leste cearense, tendo sua bacia hidrográfica uma área de aproximadamente 485 km² , com extensão total do rio de aproximadamente 50 km.

 

Municípios

O Cocó banha os municípios de Fortaleza, Itaitinga, Maracanaú e Pacatuba. Seu nascedouro é na Serra da Aratanha, em Pacatuba. O local onde desagua no mar é na Praia do Caça e Pesca, em Fortaleza.

 

Problemas

Ocupações irregulares e invasões nas margens do rio; desmatamento; despejo de efluentes de ligações clandestinas. Em Fortaleza, o rio sofre com a ação das lagoas de tratamento de esgoto da Lagoa da Zeza, Lagamar e Dendê, e da lagoa do Tancredo Neves. O lixão do Jangurussu também é outro agente poluidor.

 

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