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Prejuízos com ônibus ultrapassam R$ 3,19 mi
Economia

Prejuízos com ônibus ultrapassam R$ 3,19 mi

Seis ônibus tiveram perda total e oito ficaram com danos parciais. Cada ônibus custa, em média, R$ 365 mil
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Os prejuízos para as empresas de ônibus urbano ultrapassaram os R$ 3,19 milhões com os ataques a 14 veículos, ontem, em Fortaleza. Cada ônibus custa, em média, R$ 365 mil. Foram seis perdas totais (R$ 2,19 milhões) e oito danos parciais - a serem calculados. As empresas ainda acumularam prejuízo de R$ 1 milhão pelas horas de paralisação, que começaram gradualmente às 13h. O serviço só começou a ser restabelecido às 18h. Ainda houve dano a um ônibus de fretamento e um escolar, que não são ligados ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus).


Questionado se os valores dos prejuízos vão ser repassados para o preço das passagens no reajuste anual do próximo ano, o Sindiônibus afirma, por meio de nota, que não há previsão deste risco nos cálculos da tarifa e nenhuma espécie de repasse neste sentido.


A entidade acrescenta, ainda, que os prejuízos causam uma necessidade de reposição prematura e não programada dos ônibus por parte das empresas, que muitas vezes “não têm o recurso ou o crédito disponível para essa substituição”. Os veículos não possuem seguro e, conforme Dimas Barreira, presidente do Sindiônibus, os prejuízos serão rateados entre todas as 19 filiadas ao Sindicato.


Segundo o Sindicato, seguro é inviável para frotistas. “Nem aqui e nem em nenhuma outra cidade do Brasil se faz seguro da frota de ônibus. Quando há, é para terceiros. Atualmente, após esta onda de ataques no Brasil, além de que estaria ainda muito mais caro, o que já era inviável, provavelmente nem fariam proposta. Seguradoras não ficam tomando prejuízos ao longo do tempo sem repassar a sinistralidade nas renovações”, complementa a nota.


Dimas afirma ainda que se a licitação para atuar no sistema de transporte coletivo fosse hoje, somente entraria se pudesse cobrar um extra por causa dos riscos no setor. A sensação entre os empresários de ônibus de Fortaleza, segundo ele, é de impotência.


“Nunca vi uma ação tão criminosa. É uma coisa terrível”, disse ao Blog do Jocélio Leal. “Da última vez, que queimaram nove ônibus foi em uma onda de ataques que durou três dias. Desta vez, fizeram isso em uma hora”.


Comércio

O comércio no Centro começou a fechar duas horas mais cedo, às 16 horas. O bairro concentra 7,8 mil lojas, onde trabalham 64,3 mil pessoas. São cerca de 1,1 mil viagens de ônibus da periferia ao Centro por dia. Assis Cavalcante, presidente da Ação Novo Centro, diz que não há como calcular prejuízos. “O Centro começou a esvaziar e uma loja na Pedro Pereira foi assaltada”. O movimento nos shoppings continuou normal.

 

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