Fato histórico para o Ceará. Hoje a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) celebra início oficial de sua operação. Foram quase 60 anos tentando trazer siderúrgica para o Estado. Com investimento de US$ 5,4 bilhões, a empresa - das coreanas Dongkuk, Posco e a brasileira Vale - começou a operar parcialmente em junho do ano passado e já mostra seu peso na balança comercial do Estado. Em fevereiro deste ano, o Ceará vendeu para o exterior 116,8% a mais ante mesmo período de 2016.
São Gonçalo do Amarante, onde fica CSP, exportou 55% do total. Ferro fundido, ferro e aço foram os produtos mais representativos nas exportações do Ceará, com aumento de 22 mil pontos percentuais no período.
[FOTO1]O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não incluiu a empresa no calculo do Produto Interno Bruto (PIB), o que poderia ter minimizado o resultado negativo do Ceará, que apresentou retração de 5,33% no ano passado. A maior queda desde 2002, quando começou o levantamento.
A expectativa é que, em operação plena, a CSP represente 12% do PIB e 48% do PIB Industrial do Estado. A geração de empregos alcançará 12 mil diretos e indiretos. Ao O POVO, o governador Camilo Santana afirmou que hoje acontece a “concretização de um sonho”.
Eduardo Bezerra, superintendente do Centro Internacional de Negócios do Ceará (CIN) enxerga a CSP como incentivo para outras cadeias da indústria. Ao redor dela, outras 19 empresas foram formadas e prestam serviços para a empresa. “A CSP,
além da destacada qualidade de suas placas de aço com alta competitividade no mercado mundial, é um forte vetor de atração para novos investimentos”, diz Marcus Borges, presidente-executivo da Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp).
É uma âncora na atração de empresas para a Zona de Processamento de Exportação do Estado (ZPE). Além de movimentar fornecedores locais, de quem a empresa deve comprar R$ 520 milhões neste ano. Ricardo Cavalcante, diretor administrativo da Federação das Indústrias do Estado (Fiec), diz que mão de obra qualificada é marca da instalação da siderúrgica.
São Gonçalo
A previsão é de que o empreendimento cause impacto de 2.900% no PIB de São Gonçalo do Amarante. Já visíveis são os efeitos culturais, principalmente no Cumbuco, onde se alojaram mais de 300 coreanos. Estabelecimentos, principalmente restaurantes, tiveram suas placas modificadas do português para o coreano.