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Porto do Pecém nasceu para ser via de crescimento do Estado
Economia

Porto do Pecém nasceu para ser via de crescimento do Estado

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As limitações do Porto do Mucuripe obrigaram o Ceará a buscar uma alternativa para o recebimento de cargas e mercadorias pelo mar já na década de 1990. Enquanto o desenvolvimento batia à porta do Estado, o porto de Fortaleza ficava pequeno. Especialistas, opinião pública e empresários viam como certa a expansão do empreendimento na Capital. Tratativas com o Governo Federal com o objetivo de angariar fundos foram iniciadas. Mas a retroárea (área externa essencial para o funcionamento) e o baixo calado para a atracação de navios eram vistos como entraves para uma eventual ampliação vingar.


Estudos foram iniciados para resolver o imbróglio. E a construção de um novo porto era esperada. Ao certo, São Gonçalo do Amarante e Paracuru tinham as condições ideais para o recebimento da estrutura. “Pecém oferecia um abrigo natural e uma enseada com profundidade suficiente. Pedi ao Tasso Jereissati (governador do Ceará no período de 1995-1998) que conversasse com a Marinha para realizar os estudos. Ele recebeu bem a notícia e caiu em campo para obter recursos”, relembra Victor Samuel, ex-diretor administrativo da Companhia de Desenvolvimento Industrial e Turístico do Ceará (Coditur), atual Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece).


Na gênese do porto, Pecém devia receber dois empreendimentos-âncora: uma refinaria e uma siderúrgica. A implantação dos dois atrairia ainda à época de 1995, a formação de polo metalomecânico e o fomento a diversos setores da economia cearense. A unidade de refino ainda não saiu do papel e a operação da siderúrgica teve início no ano passado.


O Porto do Pecém entrou em operação em 2002. Na primeira fase, houve a movimentação de granéis líquidos, trazidos pela Petrobras. Com a ausência da siderúrgica, foi aprovada a operação de cargas gerais no berço de granéis sólidos, que traria carvão e minério de ferro para a siderúrgica e devolveria aos navios placas de aço. “Vimos não somente uma oportunidade, mas também uma forma de manter o porto com a operação de contêineres”, destaca Maia Júnior, titular da Secretaria do Planejamento do Ceará (Sepag) e ex-secretário do antigo departamento Transportes, Energia, Comunicações e Obras do Governo Tasso.


Frutas

Outro setor que não estava na pauta de operações era a fruticultura. “Partimos para cargas gerais, pois a refinaria e a siderúrgica não chegavam. Hoje recebemos a produção de frutas de diversos estados do Nordeste, sendo responsável por um número significativo no Porto”, afirma o economista Cláudio Ferreira Lima, ex-secretário do Planejamento do Governo Tasso (1995-1998).

 

Segundo Maia Júnior, os desafios do passado eram a incredulidade dos cearenses com relação à implantação do Porto e a viabilidade do projeto que, à época, tinha custo estimado em R$ 120 milhões (R$ 489 milhões em valores atuais). No futuro, o grande desafio do Pecém será seu crescimento. “O maior desafio será na área de infraestrutura. Ele deve se manter ampliado para o crescimento dos próximos anos”, afirma Maia Júnior. (Átila Varela)

 

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