As novas regras para emissão de vistos dos brasileiros veio no bojo da ordem executiva que baniu a entrada de refugiados sírios nos Estados Unidos e vetou o ingresso de cidadãos de sete países. Procurado, o Consulado dos Estados Unidos em Recife informou, por meio de nota, que ainda é muito cedo para constatar mudanças na procura por vistos em função da edição da medida. Também não divulgou dados sobre o número de documentos emitidos nos últimos anos. Mas destacou que “o governo dos Estados Unidos está empenhado em facilitar viagens legítimas de visitantes internacionais e ao mesmo tempo garantir a segurança de suas fronteiras”.
Para o proprietário da Forvistos, empresa especializada em assessoria de vistos consulares, Shogui Andrade, ainda é cedo para dizer se vai aumentar o número de vistos negados, mas a restrição do leque de isenções das entrevistas sinaliza que os EUA já não confiam tanto no Brasil como antigamente. “No cenário internacional, o Brasil já não tem uma avaliação tão boa. Desde o início da crise, a gente observa que o rigor aumentou consideravelmente. Com um país em recessão, aumento do desemprego, é natural que muitas pessoas cogitem sair do País, o que acaba aumentando a possibilidade de recusa”.
Para ele, o aumento da burocracia para renovação do visto pode contribuir para uma mudança de planos, sobretudo, de quem pretender fazer intercâmbio no exterior. “Não é só a questão do dinheiro, é do tempo, da burocracia. Acredito que muitas pessoas que tenham planos de fazer um intercâmbio, com o tempo acabem optando por outros destinos como a Europa e mesmo o Canadá que recentemente anunciou que a partir de maio os brasileiros estarão isentos do visto”.
A diretora operacional da Naja Turismo, Sibere Medina, reforça que independente dos impactos que poderão surgir, a mudança vai fazer com que as pessoas fiquem mais atentas em relação ao vencimento do visto.