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Beatriz Cavalcante
beatrizcavalcante@opovo.com.br
A nova gestão do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), que será empossada hoje, realocará servidores, desligará terceirizados, substituindo-os por funcionários públicos, e extinguirá cargos comissionados. Em nota enviada ao O POVO, o TJCE afirma que está dando início a um período de transição, cujos trabalhos foram desenvolvidos pelos novos gestores e por uma comissão designada pela Presidência, tendo decorridos 85 dias entre a eleição e a posse.
Nesse tempo, “a nova gestão identificou situações que demandam providências administrativas nos primeiros dias do mandato, de modo a atender as normas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”.
[SAIBAMAIS]
Dentre as determinações, está a realocação da força de trabalho nas secretarias da primeira instância, o que exigirá a extinção de cargos em comissão no Tribunal e a reestruturação da tabela de funções comissionadas, com criação de cargos no primeiro grau, “sem qualquer aumento de despesa”. Conforme O POVO apurou, a princípio, serão realocados 116 servidores do Tribunal da segunda para a primeira instância.
Segundo nota, as mudanças visam priorizar atividades-fins do TJCE, buscando aumentar a produtividade das varas e juizados em todo o Estado. Além disso, também por determinação do CNJ, e “atendendo a pedido do Sindicato dos Servidores”, o Tribunal iniciará, a partir de fevereiro, a política de substituição de empregados terceirizados por servidores públicos.
O desligamento de empregados terceirizados atenderá a um planejamento, tendo início em fevereiro de 2017 e atingirá aqueles que estão lotados em áreas de apoio direto à atividade dos magistrados. “Quanto aos das demais áreas, não há qualquer previsão de desligamento”.
Procedimento
E dentre fatores que influenciaram para que as medidas fossem propostas, o TJCE afirma que estão o congelamento de gastos determinado pela Emenda Constitucional nº 88 do Governo do Estado, aprovada pela Assembleia Legislativa, em dezembro, e os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Além disso, haverá regulamentação, em lei, da Gratificação por Execução de Trabalho Relevante, Técnico ou Científico (GTR), “atendendo a uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE)”.
O POVO questionou o Tribunal de Justiça sobre o quanto será a economia anual, quantos terceirizados serão cortados e se haverá suspensão de concursos, mas não obteve resposta.
Saiba mais
O POVO teve acesso ao que foi dito na reunião entre TJCE e servidores realizada ontem no Fórum Clóvis Beviláqua e na sede do TJ.
As medidas, segundo áudio, buscam equilíbrio da força de trabalho e do orçamento do primeiro e segundo grau. O parâmetro a ser seguido é que 10% da força de trabalho devem estar no segundo grau e 90% no primeiro grau.
O TJ pode atingir até 6% da sua Receita Corrente Líquida (RCL) com pagamento de servidores e hoje está no limite prudencial de 5,7%.
O desembargador Francisco Gladyson Pontes toma posse, hoje, às 16 horas, para o biênio 2017/2019.