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Confronto de ideias. O número de reprovados no exame para obter a CNH triplicou após a implantação de câmeras de videomonitoramento. A implantação de câmeras para monitorar os exames é importante para o sistema de habilitação?
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Confronto de ideias. O número de reprovados no exame para obter a CNH triplicou após a implantação de câmeras de videomonitoramento. A implantação de câmeras para monitorar os exames é importante para o sistema de habilitação?

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Tipo Notícia

 

Wellington dos Santos
cffclider@hotmail.com
Presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Veículos do Ceará (SINDCFCS)

 

Sim


Há muitos anos recebemos denúncias que candidatos e examinadores negociavam propina para que o exame fosse facilitado. Outro problema recorrente era que os ensinamentos oferecidos aos alunos estavam aquém do necessário para sua formação.


O videomonitoramento, que está sendo adotado no País, veio acabar com essa corrupção, além de contribuir para que tenhamos em nossas ruas motoristas mais bem preparados e conscientes de seu dever. Em alguns dias, as aulas teóricas também serão monitoradas. Isso dará maior garantia ao motorista e sua família, que poderá acompanhar pela internet. Nas aulas, os alunos terão a oportunidade de aprender a dirigir em veículos diferentes, para que não sintam dificuldade na hora do exame.


Monitorar os exames trará maior segurança ao candidato que considere ter sido prejudicado, pois poderá utilizar as imagens para recorrer junto ao Detran, cabendo ao órgão verificar se o erro foi do sistema ou do examinando. Desde que começamos a monitorar os exames, já registramos casos de reprovação que foram revogadas após verificar-se que a falha foi do sistema.


Antes da implantação do videomonitoramento em Fortaleza, participamos de várias reuniões com o Detran e a empresa responsável pelos equipamentos, a fim de oferecermos um serviço de qualidade aos alunos. Monitorar as aulas e exames contribuirá para diminuir o número de acidentes, já que os motoristas serão mais cobrados nas aulas, melhorando seu aprendizado.


Nos cobramos muito para oferecer um serviço de qualidade aos cearenses. O videomonitoramento irá contribuir para que o Ceará seja referência na formação de motoristas em todo o País.  

 

Eliene Uchoa
elieneucosta@gmail.com
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área de Trânsito do Estado do Ceará (Sindetran/CE)

 

Não


Na condição de representante dos servidores do Detran/CE, tenho enfrentado vários embates no sentido de combater as infindáveis terceirizações no órgão. Viso à proteção da moralidade na administração pública e a legalidade dos atos, o que não vemos no último contrato de terceirização pelo Detran com a empresa FG Consultoria e Gestão Empresarial e Educacional Eireli.


Hoje, o Detran/CE mantém em contratos de terceirização mais de R$ 285.177.847,85, sob o fundamento de falta de servidores
qualificados para atividades técnicas.


Apenas o contrato da empresa em questão alcança R$ 12.913.000,00 e diz respeito à atividade fim dos servidores, precarizando a relação de trabalho pela falta de qualificação e remuneração adequada, além de onerar os usuários com o repasse de taxas cobradas pelas autoescolas.


A empresa FG é a mesma contratada em 2014 pelo Detran/CE, por meio da Secretaria de Administração do Mato Grosso, cujo edital foi suspenso pelo Tribunal de Contas daquele Estado, atendendo às recomendações da 6ª Promotoria Cível de Cuiabá. Na forma em que foi concebido, sem diálogo com os usuários e servidores, referido monitoramento não se apresentou como um meio legítimo de fiscalização, uma vez que onera taxas para os usuários e retira a fé pública do servidor.


O Termo de Referência do contrato entre Detran e a empresa FG prevê que os veículos devem ser oriundos de termo firmado entre a empresa e as autoescolas; vê-se que eles estão sendo fornecidos pelo sindicato das autoescolas ao Detran, sem custos para a contratada FG. Tais irregularidades têm levado a um alto índice de reprovação, obrigando o Detran/CE a suspender esse exame no Interior e parte do exame na Capital frente à negativa repercussão política e administrativa para o órgão. 

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