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Ponto de vista. Deixem as mães viverem, aprenderem, errarem!
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Ponto de vista. Deixem as mães viverem, aprenderem, errarem!

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A maternidade é arrebatadora. Corpo, planos, espírito. Tudo é muito e intenso. Ainda na primeira noite de Léo com a gente, eu e Rui, soubemos que esse tudo era nosso. E tem sido um tudo emocionalmente denso. Nesse um ano e seis meses, a gente se encantou, se desesperou, precisou superar,
aceitar, acreditar...


Talvez por isso, sempre, desde o início, as intervenções externas tiveram um peso maior do que deveriam. Para uma pessoa como eu, que vê na independência uma funcionalidade para o mundo, foi ainda mais complicado.

Até hoje, as pessoas não entendem que ser protagonista da minha maternidade não é autossuficiência, mas consciência. Da mãe que sou, da família que tenho, do filho que aqui está. Sou eu quem vivo cada dia o ser mãe. Então, eu quero, sim, tomar decisões, eu quero fazer, eu quero aprender, eu quero errar... eu quero pedir ajuda. Deixem as mães fazerem isso! Um apelo, um grito, acoado tantas vezes pelas melhores intenções.


Mas a gente aprende com a dor que o “pitaco” traz, principalmente porque — quase sempre — ele vem cheio de julgamentos, de onde nem se esperava. E não tem jeito: eles ainda serão dados.


Me tornei mãe aos 33 anos e um ano depois, quando fiz 34, junto aos pedidos de saúde, pedi ao universo mais compaixão, para sentir também as emoções do outro; mais paciência, para compreender e respirar. Pedi também mais certeza, mais alma aliviada. Sou mãe, tenho medo. Na verdade, eu só quero mesmo seguir o rumo do amor com segurança. 

 

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