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Conversa. Daniel Galera visita Vila do Mar
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Conversa. Daniel Galera visita Vila do Mar

Em programação da Bienal fora da Bienal, escritor gaúcho encontrou com surfistas e nadadores para falar sobre a relação entre a literatura e o mar
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Entrar no mar para conversar sobre literatura foi a experiência vivida pelo escritor gaúcho Daniel Galera em programação da Bienal fora da Bienal durante a tarde de ontem. Galera, cujo penúltimo romance é ambientado na cidade praiana de Garopaba, no litoral de Santa Catarina, conversou com surfistas e nadadores no Pirambu sobre a relação entre o mar e a literatura.


Daniel Galera esteve no alto de um barco enquanto os surfistas o ouviam atentamente sobre suas pranchas em águas abertas. O escritor contou um pouco de sua trajetória e explicou: “O mar dá essa oportunidade de perder-se em si mesmo. Aqui a gente pode ficar sozinho e pensar na vida. Eu gosto de esquecer um pouco de mim mesmo aqui dentro”.

[SAIBAMAIS]
Ele falou ainda que morou um ano e meio na cidade de Garopaba, onde colheu informações para escrever o romance ficcional Barba Ensopada de Sangue. “Fui morar lá pra fugir de São Paulo e acabei descobrindo coisas e pessoas que viraram um romance. A gente nunca inventa histórias do nada. Um livro é um atalho para contar experiências que a gente não teve”.


O escritor despertou a curiosidade dos surfistas e nadadores quando contou dos caminhos que percorreu até publicar o primeiro livro. Explicou das pesquisas que faz antes de escrever uma nova obra e da sua rotina de escrita. “Às vezes passo semanas sem avançar na escrita, dias sem pegar no texto que estou escrevendo”.


Ele relatou ainda que durante três anos publicou apenas em blogs e revistas eletrônicas, e que, para ter seu primeiro livro publicado, abriu a Livros do Mal, editora independente em parceria com o também autor Daniel Pellizzari.


O escritor convidou os surfistas a lerem mais livros. “A gente lê por prazer, por diversão, e também como válvula de escape. Um livro é a realidade transformada em outra coisa e abre diversas possibilidades”.


Galera perguntou se havia uma biblioteca na região da Vila do Mar e, diante da resposta afirmativa, se dispôs a enviar alguns livros que escreveu de presente.


Ao fim da conversa, aceitou o convite dos surfistas para entrar no mar. Recebeu com bom humor o “batismo”: baixou a cabeça enquanto lhe jogavam água salgada no rosto. Um gesto que simbolizava aceitação e amizade.

 

Bienal

 

Daniel Galera participará hoje de debate com o escritor cuiabano Joca Reiners Terron no último dia da XII Bienal Internacional do Livro do Ceará. Os dois autores conversarão sobre o tema Cada pessoa por si ou ainda há gerações de escritores? às 16 horas na Sala 1 do Mezanino 2 do Centro de Eventos do Ceará. (Colaborou Erick Bruno /Especial para O POVO)  

 

Bastidores

 

Molhado após o banho de mar com os surfistas, Daniel Galera preparou-se para entrar na van que o levaria até o hotel. O motorista Batista, ao vê-lo, disse que ninguém entrava no carro molhado e trouxe uma bermuda para o escritor vestir.

“Não quero saber se ele é escritor ou o dono da livraria, mas ninguém entra no meu carro molhado”,riu-se.


o escritor foi recebido com expectativa pelos surfistas da Vila do Mar. Além dos moradores do local estavam presentes os nadadores do grupo Napa (Nado Amigo Parquelândia), que reúnem-se às quartas e sábados na Praia de Iracema. O grupo reúne profissionais e iniciantes que desejam se aventurar no nado livre.  

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