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Autonomia. Eles não esperam pelo Estado
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Autonomia. Eles não esperam pelo Estado

Valorização do mérito individual, empreendedorismo e visão de que o Estado é um inimigo são traços encontrados por pesquisa realizada na periferia de São Paulo. Mas o perfil médio pode ser visto também em Fortaleza
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A valorização do mérito individual, do empreendedorismo, bem como ver o Estado como um inimigo ineficiente – valores muito presentes na ideologia liberal - têm se tornado cada vez mais comuns. Essa é a constatação da pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo, instituição ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), na periferia de São Paulo. Um perfil médio que também pode ser encontrado em Fortaleza.

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É o caso de Luís Fernando Peixoto, 39, que, em meio à crise econômica, tenta manter a ordem no seu próprio negócio, uma distribuidora de rações no Passaré. E acredita que tem obtido êxito na tarefa. O segredo? “Muito trabalho, dia após dia”, por 12 horas em média, para ser mais preciso.


Para ele, seguir com as próprias pernas não é fácil, mas ainda é melhor que depender do Estado, ainda mais com a carga tributária no País beirando os 33% do Produto Interno Bruto. “É muito difícil empreender no Brasil. A carga tributária é muito alta. Cerca de 25% do que ganho fica com o Estado. É possível crescer, mas tem de ficar atento às oportunidades e ao trabalho. Isso vai muito de cada um. Eu diria que hoje 99% dependem do indivíduo e 1% do Estado”.

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Com a recessão econômica e seus 12 milhões de desempregados, muito mais brasileiros, assim como Luís, começaram no próprio negócio. A eles, juntam-se aposentados em fase produtiva e recém-formados sem perspectivas, imersos em um mercado de trabalho hostil. Hoje, só no Ceará, há cerca de 390 mil empresas registradas no regime tributário simplificado, o Simples Nacional, conforme Alci Porto, diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE).


A migração para o empreendedorismo, alerta, demanda cautela, já que muitos o procuram por necessidade e não por oportunidade. “Isso acarreta em um empresário despreparado, que não faz pesquisa e que tende a fazer o negócio crescer rápido para ter logo uma renda”. Sem planejamento, curto tende a ser o tempo de sobrevivência do negócio.


Já quem quer dar um passo adiante, deixando de ser um MEI para virar microempresa, por exemplo, deve se preparar para arcar com uma carga tributária maior. A depender da atividade exercida, o empreendedor é enquadrado a novos e progressivos percentuais de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e Imposto sobre Serviços (ISS). (Colaborou Ligia Costa)

 

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