Recém-saído do ensino médio, Lucas Doth se viu sem um caminho claroa seguir. O jovem fortalezense foi buscar nos livros pistas que o ajudassem a se trilhar no mundo. Foi nessa curva que a poesia achou Lucas. Hoje, aos 25 anos, ele encontra atalhos para se transformar em versos.
[SAIBAMAIS]
Cecília Meireles foi muito importante nesse percurso, assim como foram também Clarice Lispector e Airton Monte, que escreviam o que o Lucas define como “prosa poética”. Airton, em especial, ajudou Lucas a se despertar para a fala cearense. Lendo o cronista, que dividiu palavras nas páginas do O POVO até morrer, em 2012, Lucas identificou um ritmo para o seu caminhar literário. “É muito bacana a nossa linguagem, o nosso jeito de falar. Isso foi me abrindo. Descobri que podia escrever de uma maneira simples, mas poética”, conta.
Muitos são os assuntos que cruzam o interesse do jovem em escrever. O vento é um deles. Assim como o mar. “Tenho também um lado marginal, mais boêmio. Falo da bebedeira, do jovem que quer aproveitar a vida na noite”, detalha, afirmando partir principalmente das próprias vivências.
Lucas ainda não tem livro publicado, apesar de já ter “muito material”. É que, apesar de não “descartar” publicações, o foco dele tem sido outro. “Minha poesia eu preparo para ler. Por isso, eu estou levando meus textos para os saraus”, conta. Ele integra o projeto Rizoma poético - o corpo sem órgãos, um grupo que realiza eventos de leitura nas periferias de Fortaleza e está ajudando a criar uma rede de saraus na Cidade. Com a própria voz, Lucas encontrou um caminho para ser poesia. (Renato Abê)
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