Gabriela Fialho, embaixadora da Fundação Eugénio de Almeida (que tem em seu leque de rótulos o vinho Cartuxa - produzido em Évora, Portugal), bateu um papo com O POVO em sua recente vinda a Fortaleza. Na conversa, a portuguesa que herdou da família o interesse pelo universo enólogo e que esteve na Capital para harmonização promovida pelo Mercadinhos São Luiz, falou sobre o rótulo secular Pêra Manca, aumento do consumo da bebida pelos brasileiros e de como a proximidade entre Brasil e Portugal promove a empatia pelos vinhos de seu país.
O POVO - O Pêra Manca está há mais de 100 anos no mercado como referencial de vinhos. Qual é o grande segredo?
Gabriela Fialho – O Pêra Manca é um vinho mítico. Dizem que Pedro Álvares Cabral, quando veio para o Brasil, trouxe Pêra Manca nas mãos. Já concorreu em muitos concursos internacionais e foi vencedor de importantes medalhas. A Fundação Eugénio de Almeida tem a alegria de ser responsável pela produção dele, que é sazonal. É um vinho feito para envelhecer, para durar no tempo.OP – Mais algum detalhe sobre ele?
OP – E a receptividade dele em outros países?
Gabriela – Tem uma demanda muito forte tanto em Portugal como em outros países. O Brasil, por exemplo, foi, em 2016, nosso principal mercado destino de exportação do Pêra Manca.OP – A a proximidade entre Brasil e Portugal contribui para esse consumo?
OP – O aumento do consumo de vinhos pelos brasileiros é notável. A que a senhora atribui?
Gabriela – O trabalho realizado pelos distribuidores e importadores de vinhos no Brasil tem sido fantásticos. Com isso, os brasileiros interessam-se, cada vez mais, por consumir vinho. Os clubes de vinhos também desempenham papel de capilaridade da bebida. Ao congregar pessoas que têm interesse comum no vinho, é promovido o aumento de seu consumo. Formações em geral promovem o consumo.OP – Brasileiros ainda adquirem muito vinho em em viagens?
OP – Ter um sommelier à disposição do público no supermercado contribui para a disseminação do conhecimento?
OP – Qual o segredo da harmonização correta?
Gabriela – A harmonização é uma questão fascinante. É como se você tivesse um maestro de uma orquestra para conjugar os aromas, características e sabor do vinho ao que está no prato. Há várias maneiras de fazer – nem todas são bem-sucedidas, mas podem tornar-se novas experiências de consumo.
Por Kelly Hekally
Repórter