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Dois dedos de prosa com João Maranhão
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Dois dedos de prosa com João Maranhão

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João Maranhão.
Na Leonardo Mota, sala comercial de um discreto prédio, atende o alfaiate João Maranhão. Ele está completando 35 anos no corte de peças exclusivas e tem, entre seus clientes, nomes poderosos do mundo jurídico e político. Além do corte, apontado pela clientela como impecável, e de optar por só trabalhar com tecidos de primeira linha, ele demonstra outra qualidade: a discrição. Já viu e ouviu de tudo, mas melhor focar no trabalho. “Não gosto de misturar as coisas. De me envolver”, despista. Cortando modelos tradicionais e outros moderninhos, ele recebeu O POVO para falar dessa rotina de roupas sob medida para os homens de várias gerações. Nas paredes do espaço, memórias e certificações, como a de “Membro do Clube de Alfaiates Classic” e participação em eventos como o XIV Congresso Pan-americano de Alta Costura. A cada resposta, a expressão de uma elegância natural, que vem do interior, e um sorriso aberto, de quem encontrou sua vocação na vida.
“Eles querem um terno na medida certa”

O POVO – Como o senhor iniciou sua carreira?
João Maranhão – Sou de Morrinhos, que fica para os lados de Sobral. Vim para Fortaleza aos 14 anos e comecei a trabalhar ajudando um alfaiate. Daí, tudo começou. Estou aqui neste prédio há 28 anos. Comecei no Palácio do Comércio e depois fui para a Galeria Pedro Jorge, ambos no Centro de Fortaleza.

OP – Qual perfil do público que procura seus serviços?
Maranhão– O público que procura meus serviços e dos alfaiates em geral é de perfil executivo. Advogados, juízes, políticos. Tem também os que precisam fazer uma viagem ou ir a um casamento e vêm aqui.

OP – Há tradição familiar nos clientes que o procuram?
Maranhão – Sim. Filhos, netos. Veio aqui um rapaz que disse “meu avô encomendava terno ao senhor”. Tenho recebido cada vez a demanda de jovens que têm entre 18 e 30 anos por ternos. Eles estão antenados e geralmente me procuram por quererem um terno mais estilizado e que seja mesmo na medida certa para o corpo dele.

OP – O senhor procura estar por dentro das tendências em moda masculina?
Maranhão – Procuro sempre me atualizar, acompanhar o dia a dia deste universo da moda masculina. Participei de muitos congressos, inclusive fora do Brasil. Já fui para Buenos Aires, Lima e outros lugares com tradição em alfaiataria.

OP – O senhor vai a posses de poderosos que trajam seus ternos?
Maranhão – Já fui até para enterro (sorriso). Mas não gosto de misturar as coisas. De me envolver.

OP – Qual, digamos, o terno mais importante que o senhor já fez?
Maranhão – É difícil. Foram tantos. Tenho clientes de outros estados também. Não saberia dizer (risos).

OP – Já passou por alguma “saia justa” em seu atelier?
Maranhão – Passei por alguns aperreios...mas sempre consigo contornar com tranquilidade.


Kelly Hekally
Repórter 

 

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