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Cartão. Comércio enxerga regra com cautela
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Cartão. Comércio enxerga regra com cautela

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Os efeitos da nova medida para o comércio só poderão ser sentidos em um prazo de três meses. Na avaliação de Freitas Cordeiro, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL), a regra tem de ser estudada pelo setor. “Precisamos entender a operação. E isso demanda tempo para o nosso setor. No momento, não vejo a extensão da operação e até que ponto ela reforça as compras. Minha dúvida é se haverá uma redução da utilização do cartão de crédito”, pondera.


Já o economista Ricardo Coimbra, mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), acredita que a mudança no rotativo vai gerar um efeito positivo. A responsabilidade formalizada entre bancos e clientes pode auxiliar na diminuição dos juros. “A partir do momento que o consumidor não está endividado, ele terá capacidade de retomar o consumo. A negociação e o financiamento direto fará com que ele não se torne inadimplente ou deixe de pagar uma dívida a longo prazo. Assim, o crédito retorna ao comércio”, explica.


As medidas são um alento, mas não mudam a situação do comércio. “A inflação, a diminuição da taxa do desemprego e as reformas podem dar um direcionamento melhor ao crescimento do setor. A mudança no rotativo estimula o segmento, melhora um pouco, mas sozinha não tem força”, avalia.

Palavra de quem é regrada
Não basta saber usar o cartão de crédito, é preciso ser controlado. A servidora pública federal Yumê Mota diz que o dinheiro plástico é uma armadilha. Por isso, utiliza o débito em conta para compras. “É muito ruim ter de pagar multas por atraso e juros altos. Quito meus débitos sempre em dia e nunca deixo para o rotativo”, esclarece.


Compras cujo valor agregado é alto são passadas no cartão de crédito. Ela cita algumas dicas para não ficar refém da modalidade. “Compras do dia a dia, como alimentos, não parcelo, passo de uma vez só. O cartão de crédito tem de ser usado apenas como meio emergencial”, disse.
 

A empresária Rita Raquel Gomes é outro exemplo de pessoa controlada com o uso do cartão de crédito. “Tento comprar o que posso com dinheiro e à vista, mesmo que precise economizar e adiar a compra”, afirma. Uma vez, teve de pagar valores parcelados que estrangulavam o orçamento mensal. “Excedi-me na compra de passagens aéreas. Cortei gastos e tive de aposentar o cartão de crédito por um tempo”, finaliza.

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