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Maria da Penha. O caminho rumo ao Nobel da Paz
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Maria da Penha. O caminho rumo ao Nobel da Paz

O nome da cearense Maria da Penha foi enviado para a análise do comitê que, em março, deve escolher 20 candidatos ao Nobel da Paz. Luta contra violência contra a mulher motivou indicação
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O nome de Maria da Penha, inspiradora de uma das mais importantes legislações de enfrentamento à violência contra a mulher do mundo, foi enviado para o comitê que deverá selecionar 20 candidatos ao Prêmio Nobel da Paz 2017. A indicação foi anunciada ainda em agosto de 2016 e a inscrição ocorreu no último mês de janeiro. Mais de cem personalidades nacionais e internacionais enviaram cartas apoiando a indicação.

[SAIBAMAIS]
“É algo que vai se tornando mais real né? A responsabilidade da minha luta resultou na indicação. Me sinto cada vez mais comprometida com essa causa”, afirmou Maria da Penha. O prêmio é concedido aos que, no ano precedente ao da premiação, “desenvolveram o maior e melhor trabalho pela fraternidade das nações, pela abolição ou redução dos exércitos permanentes ou pela realização ou promoção dos congressos de paz”. Em 2016, a Lei Maria da Penha (lei nº 11.340/2006) completou dez anos.


No dia 7 de agosto de 2016, a senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) e a primeira-dama do Distrito Federal, Márcia Rollemberg, fizeram o anúncio da indicação. Desde então, uma rede está sendo formada para que a trajetória de Maria da Penha e os benefícios da luta dela mundo afora sejam reconhecidos pelo maior número de pessoas possível.


“Há muita gratidão e entendimento de que esse prêmio pode dar mais força para que consigamos denunciar o que não está sendo feito. É importante que o mundo reconheça o trabalho que tem sido concretizado, mas saiba que, na realidade, as mulheres ainda não têm condições de utilizar as políticas públicas que a façam sair da situação de violência”, comentou Maria da Penha.  


Premiação
As indicações são analisadas pelo comitê de premiação composto por cinco membros indicados pelo Parlamento da Noruega. Em março, serão selecionados cerca de 20 nomes sobre os quais serão encomendados pesquisas e relatórios mais detalhados.


Os critérios de seleção não são divulgados. Durante 50 anos, os argumentos e nomes de indicados e indicantes são mantidos em sigilo pelo comitê. No mês de setembro, a decisão final sobre o premiado é tomada. Em outubro, anunciada. O premiado recebe um diploma, uma medalha e a soma de 10 milhões de coroas suecas, cerca de U$ 1,5 milhão.


Nos últimos anos, a luta contra a discriminação das mulheres foi objeto de duas premiações: em 2014 e em 2011.  

Indicados


DE ACORDO COM PESQUISA REALIZADA PELO GABINETE DA SENADORA LÚCIA VÂNIA (PSB-GO), OUTROS BRASILEIROS JÁ FORAM INDICADOS AO PRÊMIO:

Irmã Dulce. Indicada em 1988.
Dom Hélder. Indicado nos anos de 1970, 1971, 1972 e 1973
Barão do Rio Branco. Indicado em 1911
Érico Coelho. Indicado em 1916.
Teixeira Mendes. Indicado em 1924
Instituto Histórico-Geográfico Brasileiro .Indicado em 1924
Chico Xavier. Indicado em 1981
Afrânio de Me lo Marques. Indicado nos anos de 1935, 1937 e 1938
Oswaldo Aranha. Indicado em 1948
Henrique Vasconcelos. Indicado em 1952
Josué de Castro. Indicado nos anos de 1953, 1963, 1964 e 1965
Raul Fernandes. Indicado nos anos de 1953 e 1954
Marechal Cândido Rondon. Indicado nos anos de 1954 e 1957
Irmãos Vilas Bôas. Indicados em 1971 e 1976 

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