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Craque alvinegro. Desvendando o mito por trás de Mitotônio
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Craque alvinegro. Desvendando o mito por trás de Mitotônio

Ceará defende tese de AVC para a morte de Mitotônio, primeiro grande ídolo do clube, que por décadas teve óbito associado a congestão após comer uma panelada e entrar em campo
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Bruno Balacó

brunobalaco@opovo.com.br

[SAIBAMAIS]

O folclore do futebol cearense é povoado por incontáveis causos. Um deles chama atenção pela forma pitoresca e trágica como teria se desenrolado. O protagonista da história é o ex-ponta esquerda Mitotônio, primeiro grande ídolo do Ceará, mas que ficou mais conhecido como o craque que, segundo reza a lenda, morreu em virtude uma panelada mal digerida, que o teria feito passar mal em uma partida contra o Gentilândia, no estádio Presidente Vargas.


O episódio ocorreu em 1951. Minutos após marcar o primeiro gol da partida que o Alvinegro venceria por 4 a 1, o jogador sentiu dores na cabeça, vomitou à borda do campo e foi obrigado a deixar o jogo. Foi medicado e voltou para casa. Na madrugada, teve novo mal-estar e não resistiu. Em pleno dia 1º de abril (conhecido como o Dia da Mentira), vinha a notícia que o xodó da torcida do Vovô havia morrido, com um diagnóstico de congestão estomacal aguda.


Ao longo de mais de seis décadas, a versão da morte associada à panelada nunca foi contestada.


Até que, neste início de ano, enquanto se preparava para homenagear o centenário de nascimento de Mitotônio, data que se completa na próxima quarta-feira, 22, o Ceará apresenta uma prova que muda o curso da lendária história: o atestado de óbito do jogador, que aponta “hemorragia cerebral” (ou Acidente Vascular Cerebral), como causa da morte de Mitotônio.


Para o diretor de Cultura, Biblioteca e Documentação do Ceará, Pedro Mapurunga, a nova informação servirá para valorizar Mitotônio apenas pelo o que ele foi: um grande jogador. “Ele é um atleta muito importante para a história do clube. Era o jogador que todos iam para o estádio para vê-lo jogar. Ele ajudou muito o Ceará a se tornar a maior torcida no estádio na época (anos 1940-1950)”.


Pesquisador de futebol, Eugênio Fernandes ressalta: “Ele é o segundo maior artilheiro da história do clube, com 151 gols, só atrás do Gildo (246) e tinha uma média fantástica de 0,69 gol por jogo”.

 

Perfil


MITOTÔNIO


Nome completo: Antônio Edgar da Silveira

Posição: Ponta-esquerda

Naturalidade: Granja (CE)

Nascimento: 22/2/1917

Falecimento: 1/4/1951 (aos 34 anos)

Clubes: Fortaleza (1938-41); Ceará (1941-45 e 1946-51) e Náutico (1945)

Títulos: campeão cearense quatro vezes (em 1938 pelo Fortaleza e e em 1941, 1942 e 1948 pelo Ceará) e campeão pernambucano (1945 - Náutico).

Gols pelo Ceará: 151 (2° maior goleador do clube, atrás de Gildo, com 246)

Média gols por jogo do Ceará: 0,69

 

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