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Merendeiras, vigias e porteiros de escolas municipais são demitidos
Cotidiano

Merendeiras, vigias e porteiros de escolas municipais são demitidos

De acordo com o sindicato das categorias, 1,6 mil porteiros, merendeiras e zeladores e 230 vigilantes foram demitidos no último mês de agosto. Violência nas escolas e no entorno preocupa
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Demissões de terceirizados de serviços de manutenção, limpeza, alimentação e segurança têm preocupado funcionários de escolas da rede de ensino de Fortaleza. De acordo com os sindicatos das categorias, 1,6 mil porteiros, merendeiras e zeladores e 230 vigilantes foram demitidos no último agosto. A diminuição de profissionais de segurança ocorre após episódios de invasões, furtos em unidades.


No último 30 de agosto, o Centro Infantil Professor Jacinto Botelho, no Mondubim, foi invadido durante a madrugada e teve uma das salas incendiadas. No mesmo dia, um adolescente de 14 anos foi assassinado a tiros a poucos metros da Escola Francisco Silva Cavalcante, no Álvaro Weyne.


Presidente do Sindicato dos Vigilantes, Daniel Borges afirma que, após as demissões, “até escolas com histórico de violência” estão sem nenhum profissional de segurança. “Tá tendo assalto e invasões. Com a retirada desses 230 vai piorar. Essas escolas já estão sem vigilantes”, argumenta. Ele explica que restam 166 vigilantes nas unidades.


Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação, Locação e Administração de Imóveis Comerciais e Condomínios e Limpeza Pública do Estado do Ceará (Seeaconce), Maury Maia, merendeiras, porteiros e auxiliares de serviços gerais de seis empresas foram demitidos. “A informação que tivemos em audiência no Ministério Público é de que a Prefeitura não tem mais como pagar”, diz.


Conforme Maury, em audiência com a SME e com as empresas, foi informado que as demissões foram motivadas por dívidas da Prefeitura. “Eles colocam que a Prefeitura não tem como bancar e vai fazer redução de gastos de 30% dos profissionais para não aumentar a dívida. Deve mais de R$ 100 milhões”, diz.


Vigilantes


Na Escola Professora Maria Antonezia Meireles e Sá, no Barroso, um porteiro e uma merendeira foram demitidos. “Eu sabia que haveria corte. Mas só tinha eu trabalhando de porteiro, não achava que seria demitido”, relata Paulo César Ferreira, 43, que era o porteiro na escola. “Agora os vigilantes estão fazendo o trabalho de porteiro também”, descreve.


Em agosto, Carlos Alexandre Fernandes, 37, monitor de acesso da Escola Sinó Pinheiro, no Jangurussu, recebeu a notícia de que seis profissionais seriam demitidos. No entanto, no último dia 1º, foi informado que os profissionais seriam mantidos. “Não sabemos mais de nada. Alguns colegas foram demitidos em outras escolas. A gente tá preocupado por causa disso. Pegam de surpresa”, relata. Professor na escola, Assis Alves reforça ainda a preocupação com a segurança.


Desde a última segunda-feira, 4, O POVO solicitou informações sobre as demissões para a assessoria da Secretaria Municipal da Educação (SME). Na noite de ontem, de acordo com a assessoria, o setor responsável ainda não tinha disponibilizado as informações.

 

Números

 

1,6 mil porteiros, merendeiras e zeladores foram demitidos

 

Saiba mais


No dia 24 de agosto, porteiros, merendeiras e zeladores terceirizados das escolas municipais de Fortaleza ameaçaram fazer greve devido ao atraso nos salários de julho. A Secretaria Municipal da Educação informou, à época, que seguia em articulação com as empresas terceirizadas responsáveis pelos contratos e prospectou total regularização da situação. 

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