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Pacientes com doenças raras estão sem receber remédios e fazer exames
Cotidiano

Pacientes com doenças raras estão sem receber remédios e fazer exames

Dos 143 pacientes com doenças raras que possuem determinação judicial para ter acesso ao tratamento, 37 estão sem receber medicamentos e realizar exames no Ceará. Governo ressalta criação de rede de atendimento
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Pacientes com doenças genéticas raras, degenerativas e incuráveis estão sem receber remédios e fazer exames necessários ao tratamento. Segundo a Associação Cearense de Doenças Genéticas (ACDG), 143 pacientes precisaram de uma decisão judicial para receber os serviços do Governo do Estado. Destes, 37 estão sem nenhum medicamento ou exame.

 

Na manhã de ontem, o movimento Somos Raros Temos Pressa, que reúne associações e grupos de pacientes com doenças raras, protestou em frente à Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), na Praia de Iracema, contra o atraso.


A advogada da associação, Mônica Aderaldo, explicou que não há ambulatório especializado para atender a esses pacientes e que apenas um dos exame de diagnóstico é realizado pelo SUS. “Muitos morrem sem nem saber qual a doença. Todos os outros exames não são oferecidos e é preciso entrar na Justiça para fazer. O Governo do Estado tem a obrigação de fornecer, de acordo com portaria do SUS”, alerta.


A família de Luiz Miguel, de 9 meses, diagnosticou a mucopolissacaridose ainda na gestação do menino. “Ele precisa de uma ampola de remédio por semana. Entramos na Justiça desde que ele nasceu, mas ainda não conseguimos nada”, contou o pai, Francisco José da Silva, 31 anos. A patologia compromete ossos, articulações, vias respiratórias e sistema cardiovascular.


Luiz Guilherme, de 9 anos, foi diagnosticado com distrofia muscular de Duchenne há dois anos e todo o tratamento é custeado pela família. “Tem meses que a gente não consegue. Ele precisa de medicação, fisioterapia e hidroterapia”, contou a mãe do menino, Isabel Moreira. “As dificuldades são muitas. Só Deus para manter a gente em pé”, emocionou-se.


Em nota, a Sesa afirmou que constituiu, em julho, a Rede de Doenças Raras para diagnosticar e tratar esses pacientes, e que o Ceará possui três unidades referências em doenças raras: Hospital Albert Sabin, Maternidade Escola Assis Chateubriand e Hospital Walter Cantídio.


A pasta não respondeu, porém, sobre o não recebimento de exames e medicamentos denunciado pelos pacientes ontem.

 

Serviço

 

Associação Cearense de Doenças Genéticas

Endereço: Rua das Carnaúbas, 167, Passaré

Informações: (85) 3226 4562



 

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