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Organizações querem criar "escritórios do crime"
Cotidiano

Organizações querem criar "escritórios do crime"

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Cadeia Pública de São Gonçalo de Amarante (Foto: )
Foto: Cadeia Pública de São Gonçalo de Amarante
[FOTO1] Para o presidente do Conselho Penitenciário do Ceará, Cláudio Justa, o objetivo das facções é ter uma penitenciária para cada organização. Mesmo nas cadeias públicas e unidades femininas, que possuem menos vagas, os grupos querem a separação. “Nesse caso (da separação por facção), a unidade deixa de ser do Estado e passa a ser um escritório do crime. É uma lógica de controle de espaço. Assim como existe nas ruas, existe também no sistema penitenciário”.

 

Em reportagem publicada em 6 de janeiro deste ano, O POVO contou, com base de relatos de familiares que mantinham contato com os detentos, que os internos das principais penitenciárias da Região Metropolitana de Fortaleza foram separados por facção criminosa. Mais de 700 internos foram transferidos no começo do ano. As ações aconteceram no mesmo período das rebeliões em presídios de Manaus, que resultaram em 64 mortes.


Cláudio Justa diz haver demonstração de poder dos grupos para lotear as unidades prisionais, até como forma de arregimentar integrantes. “Caiu (foi preso) alguém da facção, eles já sabem que tem um espaço próprio”, relata sobre a lógica que move os grupos.


De janeiro a junho deste ano, foram registradas seis mortes em presídios, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). De maio a julho, 274 presos fugiram. O número de rebeliões neste ano não foi divulgado.


Em maio de 2016, em meio a crise no sistema penitenciário, 11 detentos foram mortos. A depredação de unidades gerou um prejuízo ao Governo de R$ 12 milhões.

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