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Moradores temem travessia em cruzamentos com a linha férrea
Cotidiano

Moradores temem travessia em cruzamentos com a linha férrea

Com operação assistida ocorrendo desde o último dia 25 de julho, o Veículo Leve sobre Trilhos passa por cruzamentos sem as devidas sinalizações no bairro Vila União e gera insegurança para pedestres e condutores
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Nas carreiras e torcendo para não tropeçar nas pedras. A travessia da rua Jorge Acúrcio, no cruzamento com a rua Lineu Jucá, no bairro Vila União, não é tarefa fácil. Não bastasse o fluxo intenso de carros, em um entroncamento de vias um tanto quanto confuso, há cerca de um mês a passagem requer ainda mais atenção, desde que o trecho 2 do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) começou a operação assistida, levando passageiros da estação na avenida Borges de Melo até a Parangaba.


No cruzamento, falta sinalização horizontal e semáforo, e a sinalização vertical — com aviso de “Pare, olhe e escute” e indicação de cruzamento com linha férrea — não tem cancelas que impeçam o fluxo de carros. Além disso, O POVO presenciou na manhã de ontem dois padrões diferentes quanto ao sinal sonoro.

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No primeiro, quando o VLT ia da Borges de Melo à Parangaba, um sino pode ser ouvido dez segundos antes da passagem, seguido de um apito quando o VLT já estava no cruzamento. No segundo, no sentido contrário, o sinal sonoro não foi ligado. Apenas uma buzina pode ser ouvida, quando o VLT passava com velocidade reduzida e em vias de atropelar três pedestres que faziam a travessia.


Os veículos que vêm na Lineu Jucá (sentido Luciano Carneiro/Lagoa do Opaia) têm visão reduzida da linha férrea. Para o pedestre, a caminhada é cheia de obstáculos. “O metrô só deixa pra apitar quando já tá em cima da gente. Duas semanas depois que inaugurou passou bem pertinho de pegar um senhor em cheio. Pra mim, que passo com a moto com carga, essa baixa que fizeram é horrível, fico em tempo de cair”, relata o entregador de água Nael Silva, 24.


Em nota, a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) afirma que, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, “a obrigação de sinalizar é do responsável pela execução ou manutenção da obra ou do evento”. O órgão garante ainda ter ter renovado a sinalização horizontal da passagem em nível da Jorge Acúrcio com Lineu Jucá, sendo as cancelas de responsabilidade do operador da linha férrea.


A Cia. Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) pondera que esse cruzamento é provisório e será encerrado com o avanço das obras do VLT. No entanto, rebate ao afirmar que a “sinalização horizontal é de responsabilidade da AMC” e que a vertical “funciona normalmente”.


Outro cruzamento

Ainda no mesmo bairro, próximo à estação da Borges de Melo, transeuntes que passam pelo cruzamento da rua Eng. Edmundo Almeida Filho com a avenida Treze de Abril vivem situações semelhantes. Naquele ponto, também sem semáforo, há cancela na Treze de Abril que impede a passagem dos carros quando o VLT está passando. Porém, se o veículo percorre a Edmundo Almeida Filho (que tem servido de desvio à Borges de Melo) e faz a conversão para a rua Via Láctea não há sinalização vertical nem horizontal.

 

“É muito complicado, porque tem o sinal sonoro que tá vindo o trem, mas se você não estiver atento, ou queira passar achando que dá tempo, pode ser atropelado. Era pra ter pelo menos uns guardinhas aqui nos horários de pico”, reivindica o vigilante Mauro Sérgio Rodrigues, 44. Levando os dois filhos para escola, a diarista Jane Cléa, 27, aponta que o problema não é apenas o tráfego do VLT, mas também o grande movimento de carros na área sem um semáforo que ordene o tempo de passagem dos pedestres. “É horrível, os carros não param. Já tive de passar 30 minutos pra atravessar”, conta.


A AMC reitera que cabe ao consórcio construtor a implantação de cancelas na passagem de nível nesse cruzamento. A Metrofor garante que esse ponto está “devidamente sinalizado” com cancelas.

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