No município de Cedro, a 400 km da Capital, houve redução de 150 famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, representando menos R$ 150 mil destinados pelo Governo Federal. O prefeito Nilson Diniz conta que, nos últimos meses, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) pediu cruzamento de dados de 321 beneficiários. “Cruzaram com várias ações da Receita Federal, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), dados de quem fez trabalho formal...”, detalha.

No Ceará, a retirada de contas inativas do FGTS — promovida pela atual gestão da Presidência — fez com que mais de 500 mil trabalhadores tivessem acesso a R$ 566,3 milhões.

O prefeito ressalta que 26% da população de Cedro está na faixa de extrema pobreza. “O Bolsa Família é uma renda importante para diminuir isso. Precisamos ver como foi cortado, quais critérios específicos foram usados. Estamos em uma crise sem precedentes”, complementa.

O professor de Economia da UFC, Fábio Maia Sobral, lembra que o governo pretende implementar dois programas sociais: o Ponte para o Futuro, elaborado pelo PMDB; e o Travessia Social, elaborado antes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “O Travessia se propõe a atender apenas os 5% mais pobres da população. Se for implementado, significa que um número gigantesco do Bolsa Família ficará de fora”. afirma. (Sara Oliveira)

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O Bolsa Família foi criado em 2004, com a unificação de vários programas existentes.

Conforme o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o valor médio do benefício foi reajustado em 12,5% no ano passado.

Em outubro de 2016, de acordo com o MDS, foi realizado “o maior pente fino da história” do programa.

Para participar do programa, a família precisa ter renda per capita de até R$ 85 por mês; ou que ter renda per capita entre R$ 85,01 e R$ 170 mensais, mas que tenha filhos entre 0 e 17 anos.